Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) fazem o segundo turno na disputa para a Presidência da República. Os dois candidatos terão três semanas para convencer o eleitor nesta próxima etapa. Missão mais árdua para o candidato do Partido dos Trabalhadores, que ficou com o segundo lugar. Haddad alcançou 31.322.641, o que equivale a 29,27% dos votos válidos. Jair Bolsonaro obteve uma votação maior, 49.272.154, o correspondente a 46,04% - por pouco não levando já no primeiro turno.
O terceiro lugar ficou com Ciro Gomes (PDT), que obteve 12,47%. Geraldo Alckmin (PSDB) fez votação muito baixa levando em consideração o histórico do seu partido em eleições passadas. O tucano alcançou 4,76% dos eleitores.
João Amoêdo, do Novo, que disputou sua primeira eleição, terminou o pleito no quinto lugar, com 2,50% dos votos. Cabo Daciolo (Patriota), que chamou atenção no período da campanha por sua excentricidade, veio em seguida, com 1,26% dos votos. Henrique Meirelles (MDB) fez 1,20%.
Surpreendentemente, Marina Silva, em sua primeira eleição pela Rede, partido fundado por ela, teve uma votação muito abaixo do esperado. Ela ficou em oitavo lugar com apenas 1% dos votos. Atrás dela vieram Alvaro Dias (Podemos), Guilherme Boulos (PSOL), Vera (PSTU), Eymael (DC) e João Goulart Filho (PPL).
O segundo turno acontece no último domingo de outubro, dia 28.
Líder nas pesquisas
Jair Bolsonaro liderou todas as pesquisas realizadas desde a saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da disputa. Mesmo sem tempo de televisão e rádio, fez uma onda tomar conta do país e o resultado foi o crescimento do seu partido, o PSL, em todos os estados.
As redes sociais e o sentimento anti-PT que atinge boa parte do país nos últimos anos foram os grandes impulsionadores da candidatura do deputado federal pelo Rio de Janeiro.
Mesmo sendo o preferido da população, Bolsonaro teve dificuldade em compor aliança para a corrida presidencial e encontrar um vice. Após várias tentativas e negativas, o escolhido foi general Mourão (PRTB), que trouxe consigo o apoio de alas da elite das Forças Armadas.
O economista Paulo Guedes é colocado como o homem forte em possível governo de Bolsonaro.
Em setembro, sofreu um atentado a faca quando participava de um ato de campanha em Juiz de Fora, em Minas Gerais. Ficou hospitalizado até poucos dias antes do pleito, mas viu sua militância nas ruas aumentar.
Haddad, a aposta do PT
Ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad foi o escolhido do PT para substituir a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, impedido de concorrer pela Justiça Eleitoral por estar condenado e preso em Curitiba, enquadrando-se na Lei da Ficha Limpa.
Como entrou já no meio da campanha, em setembro, no último dia para a substituição de candidaturas, vinha apresentando baixa intenção de votos, crescendo aos poucos até ultrapassar a casa dos 20%.
Sua vice é Manuela D’Ávila, do PCdoB do Rio Grande do Sul. Ela seria candidata, mas em agosto anunciou a coligação com o PT. A dupla aposta na continuidade do legado dos governos de Lula e tem apoio maior no Nordeste do Brasil.
Agora é Merisio contra Comandante Moisés
Foram oito na corrida eleitoral, seis ficaram para trás e o próximo governador de Santa Catarina saíra da disputa entre Gelson Merisio (PSD) e Comandante Moisés (PSL). O segundo turno está marcado para o dia 28 deste mês.
A surpresa ficou por conta do novato PSL que, apoiado na onda de Jair Bolsonaro, levou o também estreante Comandante Moisés e a vice Daniela Reihner ao segundo turno, deixando de fora o poderoso MDB, tradicional no Estado e compartilhava o governo com o PSD desde 2002, quando Luiz Henrique da Silveira chegou ao cargo de governador.
Mesmo sem tempo de televisão e rádio e com uma campanha apostando na militância e nas redes sociais, Comandante Moisés alcançou 1.071.406 votos, totalizando 29,72% dos votos válidos.
“O primeiro passo para a mudança foi dado. Conseguimos devolver esperança ao cidadão e mostrar que com união podemos fazer muito mais pelo nosso estado e país. Agora é uma nova luta, um segundo turno e estamos muito confiantes que a mudança em Santa Catarina já iniciou”, destacou o candidato ao governo Comandante Moisés.
Caso seja eleito, Moisés terá seis deputados do seu partido na Assembleia Legislativa. O PSL concorreu em chapa pura e elegeu Ricardo Alba, Felipe Estevão, Coronel Mocellin, Sargento Lima, Ana Caroline Campagnolo e Jessé Lopes. Já Fabio Schiochet, Caroline Detoni, Daniel Freitas e Coronel Armando representarão Santa Catarina na Câmara Federal.
O deputado estadual, ex-presidente da Assembleia Legislativa e o principal líder do PSD em Santa Catarina, Gelson Merisio, foi o mais votado nesse primeiro turno com 1.121.869, o que corresponde a 31,12% dos votos válidos. Sua aliança foi a maior, com 14 partidos aliados. O DEM, que ofereceu o candidato a vice João Paulo Kleinübing, o PP, PRB, PDT, PSB, Solidariedade, PROS, PSC, PCdoB, PHS, PRP, PPL, PV e Podemos.
Mesmo contando com apoio de siglas que tinham candidatos a presidente da República ou vice, como o PDT, PCdoB e Podemos, Merisio não esperou pelo segundo turno e anunciou apoio a Bolsonaro. “A questão nacional será menos relevante nesse segundo turno porque os dois candidatos vão apoiar Bolsonaro e o debate poderá aprofundar Santa Catarina, pelos seus problemas, suas virtudes e como podemos contribuir”, pondera Merisio.
O próprio candidato do PSD revela ter recebido com surpresa o seu adversário no segundo turno. “Projetava uma disputa com o MDB, agora preciso de uma noite de sono e a partir de amanhã (segunda) reformar a estratégia, entender e respeitar o caminho que teremos pela frente”, destaca.
Para o segundo turno, Merisio diz que vai buscar aliança com os eleitores e não com os partidos, já que tanto MDB quanto o PT de Décio Lima são seus adversários.
Décio termina em quarto
Décio Lima do PT chegou a liderar as pesquisas, mas terminou a corrida eleitoral em quarto lugar. O Partido dos Trabalhadores vem perdendo força em Santa Catarina, estado considerado mais bolsonarista, o que influenciou diretamente no resultado de Décio, que obteve 460.889, o que corresponde a 12,78%. “Fizemos uma eleição propositiva, sem ódio, representando a boa política, debatendo as causas de Santa Catarina. Saio da eleição com sentimento de dever cumprido”, afirmou Décio.
O quinto lugar ficou com Leonel Camasão, do PSOL, seguido por Rogério Portanova (Rede), Jessé Pereira (Patriota) e Ingrid Assis (PSTU).
Amin e Jorginho Mello no Senado
Em uma eleição de surpresas, o cenário para o Senado não ficou de fora. Em uma apuração emocionante, os catarinenses viram Esperi-dião Amin (PP) se eleger em primeiro com 18,77% dos votos válidos, o correspondente a 1.226.064 de eleitores. E uma disputa acirrada pela segunda vaga entre o vencedor Jorginho Mello (PR) e o representante do PSL, Lucas Esmeraldino.
Lucas ficou na frente até 9% de urnas apuradas, depois que passou a frente Mello segurou a segunda colocação, sempre com pouca diferença de votos. Ao fim, o candidato do PSL terminou com 17,79% dos votos válidos, 1.161.662 votos. Mello teve 18,07% dos votos válidos, 1.179.757.
O que surpreendeu foi o quarto lugar do ex-governador Raimundo Colombo (PSD), que obteve 999.043 votos. O então senador Paulo Bauer (PSDB), que tentava reeleição, ficou em quinto com 802.037 votos.
Amin distribuiu comunicado à imprensa. “Eu quero em primeiro lugar agradecer ao cidadão catarinense que me conferiu essa honra de representar o nosso estado no Senado Federal. Estendo esse agradecimento aos meus companheiros de jornada, Geraldo Althoff e Denise (seus suplentes)”, afirmou reiterando apoio a Gelson Merisio (PSD) na corrida pelo Governo do Estado e solidariedade a Colombo, companheiro de chapa.
Jorginho Mello relatou que o resultado das urnas reflete o que ele sentiu nas recepções durante a campanha. “Nós já sentíamos esse resultado nas ruas, com a recepção das pessoas. Fizemos uma campanha propositiva, mostrando que somos ficha-limpa e com muito trabalho a prestar por Santa Catarina”, comentou emocionado, após a vitória.
Mello acompanhou a apuração das urnas em Herval d’Oeste, no Meio-Oeste, sua base eleitoral. Após a confirmação da vitória, o futuro senador parabenizou os outros candidatos e afirmou que quer representar todos os catarinenses. “Minha principal missão será fazer com que Brasília respeite mais Santa Catarina e invista mais em obras daqui, como as rodovias federais”, declarou.
Um representante de cada partido
A partir do ano que vem, Santa Catarina terá representantes de partidos distintos no Senado. Amin e Mello se juntam a Dario Berger (MDB). Já Dalirio Beber e Paulo Bauer, os dois do PSDB, encerram seus mandatos.
Eleição para a Câmara é marcada pela renovação
Para a Câmara dos Deputados, o resultado do pleito desse domingo representa uma intensa renovação dos representantes de Santa Catarina. Das 16 vagas, apenas cinco foram conquistadas por candidatos que buscavam a reeleição, e 11 são de novos nomes.
Em relação aos partidos, o destaque ficou por conta do Partido Social Liberal (PSL), que até então não tinha nenhum representante e, a partir de 2019, passará a contar com quatro catarinenses na Câmara Federal. Além disso, o NOVO, o PRB e o PSB conquistaram uma vaga cada, sendo que também não possuíam espaço desde as eleições de 2014; e o PPS manteve sua única deputada eleita.
Entre os que perderam espaço, o mais afetado foi o MDB, que, de cinco eleitos em 2014, passou para apenas três neste pleito. Na mesma situação, o PSD passou de três para dois representantes; e PP, PT e PSDB caíram de dois para um deputado eleito. Por fim, o PR perdeu sua única cadeira na Câmara Federal.
Mais da metade de renovação na Alesc
Mais da metade dos deputados estaduais da atual legislatura não estará presente na Assembleia Legislativa de Santa Catarina a partir de 1º de fevereiro de 2019. Os resultados das eleições desse domingo apontaram uma renovação de 55% no Parlamento: são 22 deputados eleitos que se juntarão aos 18 que foram reeleitos.
Pelo menos quatro desses 22 eleitos já tiveram experiência na Alesc. Julio Garcia (PSD) foi deputado por quatro legislaturas e retornará ao Legislativo após nove anos. Nesse período, ele foi conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), de 2009 até 2017, quando se aposentou.
Altair Silva (PP), Ivan Naatz (PV) e Nilso Berlanda (PR), embora tenham conquistado mandato como titular pela primeira vez, já ocuparam cadeira na Alesc na condição de suplente em mais de uma ocasião.
Os outros 18 podem ser considerados novatos, pois nunca estiveram na Assembleia nem como suplentes. O destaque é a bancada do PSL, que terá seis deputados: com exceção de Ricardo Alba, que é vereador em Blumenau, os demais nunca haviam ocupado um cargo eletivo.
A taxa de renovação de 55% é a maior desde 2002. Ela é explicada também pela quantidade de parlamentares estaduais da atual legislatura que não tentou a reeleição: 11 deles ou disputaram outros cargos ou optaram por não participar das eleições deste ano.
Maior bancada é do MDB
Ao todo, 12 partidos terão representação partidária na Alesc a partir de 2019. É a maior quantidade de legendas da história e reflete a fragmentação partidária no Brasil.
O MDB terá a maior bancada, com nove cadeiras. O PSL, que nunca havia elegido um deputado estadual, vai contar com a segunda maior representação: seis deputados. O PSD terá a terceira bancada, com três. Além do PSL, o PRB e o PV conquistaram cadeiras na Alesc pela primeira vez na história.