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Para o extremo sul catarinense, a BR-285 é o caminho mais curto em direção ao Rio Grande do Sul. Com o avanço das obras de pavimentação dos 22 quilômetros entre Timbé do Sul e o limite de Santa Catarina com o estado vizinho, foi necessário bloquear a estrada. E o que se previa, aconteceu. Empresários e comerciantes que dependem do ir e vir pela região estão sofrendo duros prejuízos. Uma reunião de protesto foi realizada nesta segunda-feira, 8.
"Reduziu drasticamente a quantidade de pessoal trabalhando nas obras. Pelo visto, vamos ficar de novo desamparados. Essa obra está praticamente parada. Do jeito que vai, não termina em três anos", reclamou o empresário Marconi Fascin, que tem negócios na região. "Não somos contra a obra, queremos que ela avance. Precisamos de um acordo para trafegar em um horário no qual a empresa não esteja trabalhando", sugeriu o comerciante Beto Waterkemper, que é de Criciúma e possui empresa em Timbé do Sul.
Eles e mais empreendedores e lideranças estiveram na sede provisória da Setep junto ao canteiro de obras reivindicando a retomada dos trabalhos. Por conta do protesto, o Departamento Nacional de Infraestrututa Terrestre (Dnit), responsável pela BR-285, resolveu liberar o tráfego pela rodovia em obras de segunda a sexta-feira, das 18h às 7h, para carros de passeio. Uma reunião será realizada nesta terça-feira, 9, às 11h, na prefeitura de Timbé do Sul, para tratar da situação. Vão participar representantes da Setep, do Dnit, prefeitos e a comissão que organizou a manifestação desta segunda-feira.
Prefeitos foram à Setep
"Na semana passada eu e o prefeito de Turvo (Tiago Zilli) fomos até a Setep pedir explicações da razão de a Serra da Rocinha estar fechada. Eles informaram que é preciso fazer as contenções na parte mais alta, e essa parte da obra não está nem licitada. Sem essas contenções, fica muito difícil o tráfego por lá. É muito arriscado", informou o prefeito Roberto Biava, de Timbé do Sul.
A contratação das obras de contenções é o próximo impasse da BR-285. Trata-se de um investimento de R$ 40 milhões que ainda não está sequer nas previsões. Ou seja, não há verba, e sem essas estruturas a rodovia não é concluída. "A Setep já concluiu 60% da obra. A partir de semana que vem eles fazem a pavimentação em concreto de uma boa parte da estrada. O asfalto nas partes mais baixas está colocado. Essas contenções ficam na parte mais alta da serra", detalhou o prefeito. O trecho onde serão feitas as contenções compreende cerca de 4km
Quando consultada sobre a reabertura da BR-285, a Setep sugeriu liberar o trecho mediante a assinatura de um termo de responsabilidade pelo prefeito de Timbé do Sul. "Querem que eu assine um termo me responsabilizando, caso ocorra algum acidente eu vou responder. Não aceitei isso, temos que achar outra solução", opinou Biava. A esperança do prefeito é que o Dnit anuncie a liberação dos R$ 40 milhões para a contratação das obras das contenções. "Com isso garantimos a obra até o fim", completou.
Durante o protesto desta segunda, houve relatos de trabalhadores e empresários que multiplicaram até por dez a distância viajada para ir do lado gaúcho para o catarinense, ou vice-versa. A previsão de conclusão das obras era setembro de 2020, prazo que não deve ser cumprindo.
