Brasil poderia ter vacinação mais rápida do que EUA se tivesse mesmo número de doses, afirma João Quevedo

Brasileiro, o psiquiatra João Quevedo mora há anos nos Estados Unidos e vem acompanhando o processo de vacinação e combate a Covid-19 em ambos os países. Segundo ele, o Brasil teria capacidade logística de vacinar sua população ainda mais rápido do que os norte-americanos, mas a falta de doses no país acabou atrasando o processo.

“No Brasil, qualquer posto de saúde no bairro mais humilde tem uma sala de vacinação, aqui seria muito mais fácil. Se chegasse a vacina nos dois países, ao mesmo tempo e na mesma quantidade, acho que o Brasil resolveria o problema em uma semana e os EUA levaria meses”, declarou o psiquiatra.

No entanto, a situação está diferente. Segundo Quevedo, o governo do ex-presidente Donald Trump teve mérito ao, no início da pandemia, assim que possível, ter comprado milhares de doses de vacinas que ainda não existiam e financiado pesquisas de fabricantes como a Moderna, por exemplo.

Já o atual presidente norte-americano, Joe Biden, fez com que essas vacinas compradas chegassem à ponta da sociedade. O psiquiatra destaca ainda que, atualmente, só não se vacina nos Estados Unidos quem de fato não quer receber a dose. Pessoas com idade entre 12 e 16 anos ainda aguardam confirmação de liberação por parte das fabricantes.

“O problema no Brasil é um só: cadê a vacina? Até onde vai meu conhecimento, pelo que vejo da imprensa daqui, parece que não foi por falta das companhias farmacêuticas oferecessem [vacinas] para o país. O paradoxo disso tudo é que na Europa, que em teoria é uma maravilha, fizeram o mesmo erro daqui e não compraram”, ressaltou.