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Câmara discute criação da Política Nacional de Redução de Agrotóxicos

Se aprovada, deverá contribuir para que se tenha um sistema de vigilância mais rigoroso desses produtos no país

Por Redação Criciúma - SC, 30/06/2018 - 17:25
(foto: reprodução)
(foto: reprodução)

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A Câmara dos Deputados tem discutido a fundo a questão do uso de agrotóxicos no país. Na semana em que uma comissão especial aprovou o projeto de lei que facilita o uso dos pesticidas, outro colegiado debateu a Política Nacional de Redução dos Agrotóxicos, a PNARA.

Para entrar em vigor, a proposta polêmica que altera as regras de produção, comercialização e distribuição dos chamados defensivos agrícolas ainda tem que ser aprovada pelo Plenário da Câmara.

Segundo a pesquisadora da Fundação Osvaldo Cruz Denise Oliveira e Silva, independentemente da aprovação ou não do PL, a Política Nacional de Redução dos Agrotóxicos vai contribuir para que se tenha um sistema de vigilância mais rigoroso desses produtos no país.

"Sendo o 'PL do Veneno' aprovado ou não, essa comissão pode dar uma contribuição fundamental, que é, de fato, trazer o que ainda não temos no Brasil, que é um sistema de fiscalização e controle."

Na contramão disso, há quem defenda a flexibilização da lei dos agrotóxicos. O relator do projeto de lei que autoriza o registro de novos produtos em menos tempo, deputado Luiz Nishimori (PR-PR), afirma que o parecer apresentado por ele tem o intuito de aprimorar a última lei, em vigor desde 1989.

“Essa lei atual dos defensivos agrícolas foi criada quase 30 anos atrás. Lógico que precisamos de atualizações. A agricultura brasileira evoluiu muito, colocaram as novas tecnologias, várias modificações, então teve essa evolução. Lógico que defensivos agrícolas também precisam de atualizações e modernizações.”

A saúde da população, na opinião de quem é contrário ao chamado "PL do Veneno, foi deixada de lado em prol do dinheiro. É o caso, por exemplo, da representante da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida Carla Bueno.

Para defender sua posição, ela cita uma pesquisa divulgada pelo Greenpeace em outubro do ano passado, que diz que 36% dos alimentos analisados tinham maior quantidade de resíduos de agrotóxicos do que o permitido ou tinham substâncias proibidas no Brasil. De acordo com Carla, por trás do projeto de lei, há interesses comerciais de grandes empresas.

"A nossa leitura, da sociedade civil, é que existe um interesse bastante forte e poderoso, até mesmo maior do que o interesse da bancada ruralista, de dentro desta Casa, que é o interesse das grandes empresas transnacionais, que hoje são oligopólios, são três empresas que controlam a grande hegemonia na cadeia do veneno."

Um dos parlamentares mais críticos ao projeto, Alessandro Molon (PSB-RJ) afirma que facilitar o uso de agrotóxicos no Brasil coloca em risco a qualidade dos alimentos e a saúde dos cidadãos.

“Vai aumentar os casos de câncer, de má formação fetal, inclusive podendo gerar mutação genética, desenvolvendo novas síndromes e novas doenças no Brasil pela liberação, pela facilitação do uso de agrotóxicos. No fundo, o Brasil que já é um dos maiores consumidores de agrotóxicos no mundo, quer facilitar ainda mais a utilização desses produtos que tão mal fazem à saúde humana.”

Por meio de nota, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) defendeu que é contrário a qualquer mudança no Marco Legal dos Agrotóxicos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, também condenou a proposta, por acreditar que o projeto não atende à população, que deveria ser o foco da norma.

Antes que a proposta da Política Nacional de Redução dos Agrotóxicos seja apresentada, devem ocorrer novas audiências públicas para discutir o assunto.

Tags: agrotóxicos

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