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Caravaggio: A paixão pelo clube e a fé pelo Santuário

Padre Joel Sávio comentou a respeito da ligação entre o Santuário e o clube

Gabriel Rosa Mendes e Marco Antônio Sousa de Medeiros (*), acadêmicos da UniSatc Nova Veneza, SC, 14/07/2022 - 12:20
Foto: Divulgação
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Desde que foi fundado, em 1970, o Caravaggio Futebol Clube tem ligação com a fé. O clube nasceu graças a seis amigos que se reuniram após uma aula de canto na igreja para conversar e um dos assuntos foi a criação de um clube de futebol. Após esforços com a comunidade foi possível realizar o sonho.

Cinquenta e dois anos após a fundação do clube, permanece a parceria entre o Caravaggio Futebol Clube e o Santuário de Nossa Senhora do Caravaggio. Segundo o reitor do Santuário, Padre Joel Savio, essa parceria existe graças a uma convivência harmoniosa.

“Grande parte destes jovens que fazem parte da diretoria do Caravaggio Futebol Clube são fiéis participantes do santuário. Os antigos presentes, tesoureiros, gestores, todos estão ligados simultaneamente ao Santuário. A igreja e o time estão sempre na mesma caminhada”, comenta Savio.

Nessa temporada o time decidiu lançar seus uniformes no dia 26 de maio, dia da Aparição de Nossa Senhora, a ideia partiu do Departamento de Marketing do clube. Além disso, o clube leva em seu uniforme uma estampa da imagem de Nossa Senhora.

Apresentação dos uniformes no dia da aparição de N. S. do Caravaggio | Foto: Fabrício Júnior/ Caravaggio F. C.

Para o reitor do Santuário, no futebol, como qualquer outra atividade a fé é essencial para alcançar os objetivos. “Fé é acreditar. Jogadores e comissões técnicas precisam acreditar no seu trabalho, e devem confiar que além de seus esforços uma graça transcendente possa auxiliar o clube em seu caminho. É com fé em Deus que alcançamos grandes coisas”, relata.

O amor que vem de dentro do clube

Para o vice-presidente do Caravaggio, a profissionalização está sendo um grande desafio

O processo de profissionalização do Caravaggio começou em 2021. O clube conseguiu o vice-campeonato da Série C do Catarinense e aos poucos vem se estruturando no cenário estadual, reformando seu estádio, buscando cada vez mais o apoio da comunidade e disputando a Série B do Catarinense em 2022. 

Para o vice-presidente do clube, Moises Spillere, essa mudança do amador para o profissional está sendo um grande desafio. “É necessário um amadurecimento de todas as áreas enquanto instituição e até por porte da torcida esse amadurecimento se faz necessário, visto que procedimentos e maneiras de se comportar em um estádio de futebol mudam”, comenta.

Sobre a relação do clube com o Santuário, Spillere relata que apesar do envolvimento ter começado desde a fundação do clube a religiosidade sempre está presente entre dirigentes, torcedores e atletas, e sempre respeitando as crenças de cada indivíduo.

“O clube é feito por pessoas, e pelo envolvimento delas, assim, é inevitável que, em uma comunidade que guarda um sentido religioso tão grande e tradicional, ambos os campos se interligam de alguma forma. Até mesmo porque muitas das pessoas que contribuem voluntariamente com o Santuário se dedicam também ao clube. São duas das maiores paixões da comunidade”, destaca.

A busca em captar novos torcedores

Desde que buscou a profissionalização, o Caravaggio está se empenhando para atrair mais torcedores para dentro do clube, até mesmo usando o Santuário para isso. Atualmente o clube possui 400 sócios. Um dos responsáveis em conseguir esse objetivo é Wagner Ghislandi, diretor de Marketing.

“O Santuário sempre foi um grande parceiro do clube desde a inauguração, nós tivemos reuniões com o Padre, então sempre fazemos essa relação. Já tivemos outras missas em homenagem ao clube e a igreja já disponibilizou espaços para o clube vender seus produtos”, disse Ghislandi.

Uma das ações que o clube realizou foi o lançamento dos uniformes deste ano junto com o Santuário Nossa Senhora do Caravaggio, uma parceria que segundo o diretor de marketing foi benéfica para ambos os lados.

“A ideia de apresentar o uniforme veio da relação do clube com o Santuário, ali é o local onde o clube foi criado por jovens que gostariam de praticar atividades. Toda a comunidade tem uma relação forte com a igreja. Nos anos 2000 a diretoria colocou a imagem da santa na camisa do clube que permanece até hoje. Então levamos essa relação de fidelidade dos moradores com a igreja juntamente com o clube e são coisas importantes que levam o nome do Caravaggio para todo estado e Brasil”.

Com a bola na mão e a fé no corpo

A fé sempre esteve presente na vida do volante Bruno Ritter. Natural de Criciúma, ele passou pela categoria de base do Criciúma, Internacional e do Vasco da Gama, depois disso jogou em dois clubes no Bahrein. O jogador decidiu gravar na pele a sua fé.

Bruno Ritter, volante do Caravaggio | Foto: Fabrício Júnior/ Caravaggio F. C.

“Tenho duas tatuagens relacionadas à fé, é uma coisa que eu me apego muito desde cedo, então escolhi marcar no meu corpo sobre isso porque sempre foi muito importante para mim”, comenta o volante.

“Nós jogadores nos apegamos muito na fé porque começamos muito cedo, muitas vezes longe de casa e da família, então precisamos ter algo para nos apegar, e a fé acaba sendo isso, desde o início da nossa carreira é uma parte muito importante ter fé, então também levamos isso para dentro de campo”, destaca Ritter.

A paixão que vem desde criança

Desde pequeno Alison Zimermann é torcedor e apaixonado pelo Caravaggio Futebol Clube. Seu pai foi jogador por muitos anos no clube, ainda na época de futebol amador, o que levou essa paixão para dentro de casa. Outro fator que levou Alison a ser torcedor do Carava é a representatividade com a cidade.

Alison Zimermann, torcedor do Caravaggio | Foto: Arquivo Pessoal 

“Ter um time da cidade para torcer é maravilhoso, ainda no amador toda a cidade parava por vencer qualquer campeonato, então quando profissionalizou a expectativa com os campeonatos era muito grande”, comenta Zimermann.

Em seu primeiro ano de profissional, em 2021, o Caravaggio disputou a Série C do catarinense e ficou como primeiro colocado na fase de grupos, conseguindo o acesso. Acabou perdendo a final para o Blumenau, mas para a torcida isso não apagou o grande trabalho, e no começo houve uma certa desconfiança.

“Sair do futebol amador para o profissional é um passo muito grande, no futebol amador o Caravaggio era um time vencedor e respeitável, então quando chegou no profissional a torcida acabou tendo uma desconfiança, mas agora estamos vendo que foi a melhor decisão possível”, relata o torcedor.

Quando pensamos em Caravaggio, as duas maiores referências são o Santuário de Nossa Senhora do Caravaggio e o Caravaggio Futebol Clube, e o clube leva isso a sério, carregando as imagens da santa em seu estádio e no seu uniforme. “O primeiro verso do hino é totalmente ligado a ela, não é nada incomum torcedores pagando promessa e agradecendo após uma grande conquista, nós somos apaixonados pelo clube e pela padroeira, nunca deixamos de lembrar dela e agradecer por tudo”, finaliza.

Qual é a ligação entre psicologia, fé e futebol?

A fé e o futebol sempre estão ligados um ao outro, seja com os torcedores fazendo orações antes das partidas ou até mesmo quando um jogador faz o gol e comemora apontando para o céu. Antes de todos os jogos em casa no Estádio da Montanha o Caravaggio sempre usa uma imagem da Nossa Senhora de Caravaggio para dar sorte.

A psicóloga Tássia Mendes explica de que maneira a psicologia está ligada à fé e o futebol. “A fé pode ser uma maneira das pessoas se sentirem no comando da situação, pois é a falta de estar no controle que gera as questões psicológicas, principalmente sobre os torcedores que não podem fazer nada além de torcer por seu time, assim eles utilizam a fé para se sentir um pouco mais no comando”, relata.

A ansiedade e o desequilíbrio emocional são os principais fatores que afetam tanto jogadores quanto torcedores durante as partidas. “Isso acaba se tornando uma carga emocional muito grande que se as pessoas não conseguirem lidar com essas questões os pensamentos negativos acabam se tornando sabotadores”, comenta a psicóloga.

(*) Acadêmicos de Jornalismo do Centro Universitário UniSatc, sob supervisão da professora Nadia Couto.
 

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