A gastronomia vem sendo um dos segmentos mais atingidos pelas restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus. Se antes desse período os bares, pubs e restaurantes se encontravam lotados em boa parte das semanas, agora se limitam a atender alguns poucos clientes presencialmente, espaçados entre si e com outras medidas de segurança. O período difícil, que inclui também a suspensão da atividade presencial durante março, resultou em demissões e fechamentos de estabelecimentos.
"Algumas casas fecharam, não teve como. Não é possível juntar dados formais de demissões porque trabalhamos com nível muito alto de informalidade no segmento, até pela própria caraterística de garçons freelancer e motoboys. Acreditamos que passe de 2.500 demissões. Cinco estabelecimentos já encerraram suas ativiades e não conseguiram retornar, enquanto outros mantém o risco de não conseguir manter as portas abertas", pontuou Joster Favero, proprietário da JP Boutique de Carnes e integrante da diretoria da Via Gastronômica de Criciúma, em entrevista ao programa Agora, na Rádio Som Maior, nesta quinta-feira, 9.
Joster entende que o segmento gastronômico foi tratado de forma mais injusta pelas severas restrições colocadas pelo governo estadual. Apesar disso, ele ressalta que o poder público municipal vem se mostrando extremamente atencioso com o segmento, com restrições justas - e algumas ressalvas.
Um dos pontos colcoados pelo município e que o empresário entende que poderia ser flexibilizado é o fechamento dos estabelecimentos às 23 horas. "Entendemos que, resguardadas todas as medidas de vigor, o horário poderia ser flexibilizado. Até porque hoje, muito do público começa a fechar a partir das 22 horas", colocou.
A fiscalização intensa das autoridades no início da pandemia foi alvo de críticas pelo setor mas, com o passar dos tempos, as questões foram sendo ajustadas. Joster ressalta que volta e meia há problemas de clientes que insistem em entrar sem máscara ou que querem marcar reservas para 12 ou 14 pessoas - algo repreendido pelo estabelecimento.
"O consumidor tem que se sensibilizar, e nós e a fiscalização devemos ter mais empatia também. Ninguém espera ter lucro esse ano, esperamos sobreviver", declarou.