Família, família, negócios a parte. O caso da atriz e modelo Larissa Manoela repercutiu e acendeu um alerta relacionado a gestão de carreiras. Em matéria especial produzida pelo Fantástico no último domingo (13), ela conta como os pais se envolveram em suas finanças. Essa situação não é tão rara e pode ocorrer também com cidadãos comuns.
A atriz rompeu com os pais, seus administradores, abrindo mão de um patrimônio de R$ 18 milhões. Desde sua maioridade, ela demonstrava interesse em compreender seus ganhos e bens, e no último ano intensificou sua busca por informações.
Nessa mesma linha, é possível lembrar de casos como o do surfista Gabriel Medina e da cantora Britney Spears, que tiveram brigas familiares por conta de patrimônios. O caso de Larissa trouxe à tona preocupações sobre os limites das responsabilidades familiares e indivíduos com procurações financeiras.
Responsáveis ultrapassam o limite do poder familiar
A advogada e professora do curso de Direito da Unesc, Rosangela Del Moro, frisa que a situação acontece também com pessoas comuns. “Por mais que não seja noticiado, não é uma situação incomum. Enquanto os filhos tiverem menos de 18 anos, os pais têm o que chamamos de poder familiar, e isso diz que eles vão administrar o matrimônio dos filhos”, explicou.
Ouça a entrevista completa com a advogada Rosangela Del Moro:
O que frequentemente ocorre é ultrapassar os limites do poder familiar, já que embora os pais tenham a capacidade de cuidar, manter e administrar, eles não possuem autorização para efetuar vendas, por exemplo. “No caso da Larissa Manoela, tem a venda de um imóvel. Se ele foi vendido antes de ela completar 18 anos, os pais agiram equivocadamente segundo o Código Civil e isso pode gerar consequências”, salientou a advogada.
Importância de ler as entrelinhas
Muitas vezes, as nuances passam despercebidas, e é lendo as entrelinhas que é possível discernir se um contrato é benéfico ou não. Raramente é feita uma análise minuciosa ou procurado aconselhamento profissional. Em caso de discordância, a resolução frequentemente exige o recurso ao sistema judiciário, que não possui uma solução rápida.