Os ceramistas de Criciúma e região deliberam, em seis assembleias realizadas nesta quarta-feira, 17, por rejeitar a proposta patronal para firmar a convenção coletiva da categoria para 2021 e iniciar movimento de greve no setor a partir do próximo sábado, 20, atendendo todos os requisitos legais e constitucionais, segundo o assessor jurídico do Sindicato, advogado Arlindo Rocha.
Quase 900 profissionais participaram das assembleias realizadas em Cocal do Sul, Centro de Criciúma na sede do Sindicato e no Centro Comunitário do bairro São Domingos, em um evento que se torna histórico pela participação da categoria e circunstâncias do momento.
“Jamais registramos empresa contratando ônibus para transportar trabalhadores para participar de assembleia ou convocando o pessoal dos setores administrativos e comerciais, inclusive os que estão em home office caracterizando violenta coação”, testemunha o presidente do Sindicato profissional, Itaci de Sá.
Nas assembleias dois pontos de pauta foram debatidos e deliberados em votações secretas. A proposta patronal, sem aumento real de salários, reduções do adicional noturno de 30% para 20%, das horas extras nos feriados de 100% para 50% para novos contratados, criando uma situação de trabalhadores com contratos diferentes exercendo funções iguais.
Além disso, a proposta patronal previa a diminuição do abono de férias de R$ 1.220 para R$ 600 estendendo-o aos não sócios. Toda proposta foi rejeitada por 69,2% dos votos dos participantes das assembleias realizadas (590 a 262 votos).
O segundo ponto da pauta era a proposta de movimento de greve, já que o sindicato patronal fechou as negociações, requerendo apenas a mediação da justiça do trabalho. Foram registrados 866 votos, sendo 477 a favor da greve e 377 contra; 11 votaram em branco e um ceramista anulou seu voto.
Conforme Itaci, “assim como a diretoria do Sindicato, os trabalhadores não gostariam da greve, mas foi a única alternativa que restou diante da posição do sindicato patronal de não avançar nas negociações, como vinha ocorrendo nas últimas décadas; ainda há espaço e tempo para que a classe patronal reveja sua posição e volte a negociar”.