O Observatório Social de Criciúma divulgou ontem o relatório que traz a comparação entre as contas da Câmara de Vereadores e da Prefeitura no período do terceiro trimestre de 2018. A conclusão da entidade foi de que o Legislativo recebeu R$ 14,9 milhões do Executivo, gastou R$ 9 milhões e entesourou R$ 5,3 milhões, ou seja, não devolveu os recursos não gastos ao Município.
O OS pontua que o Legislativo não faz a devolução e a Prefeitura tem contas atrasadas. Mas a informação é contestada pelo presidente da Câmara, Júlio Colombo (PSB). “A Prefeitura não está com dívidas, porque ela está com dinheiro aplicado. A Prefeitura tem R$ 40 milhões aplicados e se não está pagando as contas é má gestão. Dinheiro aplicado sem pagar conta é má gestão”, afirma Colombo.
O presidente do Legislativo pontua, ainda, que já foram devolvidos R$ 2,9 milhões este ano em pagamento de Imposto de Renda de servidores. “É uma devolução indireta, porque esse recurso não vai para a União, ele vai para a Prefeitura”, explica. “E ainda vamos fazer uma devolução residual agora no fim do ano. Nós prometemos que devolveríamos R$ 10 milhões em quatro anos, mas vamos devolver R$ 10 milhões em dois anos”, complementa.
O vereador também elenca a construção da nova sede da Câmara como motivo para manter o recurso no Legislativo. “Estamos nessa briga da nova sede e também não devolvemos por isso”, comenta. “Esse relatório do Observatório Social ou está equivocado, ou é tendencioso ou é malicioso”, dispara Colombo.
O presidente do OS, Sinesio Volpato, relata que não considerou esses R$ 40 milhões no relatório, mas que essa informação não influencia na conclusão abordada. “Se a Prefeitura tem R$ 40 milhões, então deveria ter R$ 45 milhões. Eu não sou a favor de entesourar receita. A Câmara não tem mais previsão de despesa, então não tem motivo para entesourar”, afirma Volpato. “O fato de a Prefeitura ter ou não ter dinheiro aplicado é outro assunto”, complementa.