Localizado no atual centro da pandemia, a Europa, Portugal vem mostrando números bastante baixos quando comparados com os de outros grandes países europeus. Apesar de ser considerado mais pobre do que Bélgica, Itália, Espanha entre outros, e estar no meio do “fogo cruzado”, o país lusitano não entra nem na lista das 10 nações com o maior número de casos e óbitos por coronavírus já confirmados.
Há 10 anos em Lisboa, a criciumense Tami Pizzetti destaca que Portugal teve não apenas um pouco de sorte, por ter tido mais tempo, mas também mais agilidade quando as coisas começaram a ficar complicadas na Itália. “Três dias depois de ter aparecido o quinquagésimo caso, e ainda não tinha nenhuma morte, foi decretado a quarentena geral no país. Estamos desde o dia 15 de março fechado, e isso tem controlado.
Com as pessoas aderindo firmemente às orientações de isolamento social, a doença parece não estar fora de controle no país. Escolas já estão fechadas e, na semana passada, foi decretado pelo governo o estágio de emergência - o que faz com que somente os serviços essenciais, supermercados, farmácias e postos de gasolina, estejam abertos.
“Hoje são 6.408 infectados, com 140 mortos. Comparado com o resto de europa, é um número ainda muito controlado, ainda não há nenhum tipo de superlotação nos hospitais.
Os hospitais estão relativamente dando conta do recado, o que falta é o material de proteção médica. Os testes em massa começaram a chegar e os laboratórios começaram a produzir. A tendência, na europa, é de fazer o máximo de testes possíveis para conseguir controlar melhor a situação”, ressaltou a criciumense.
Assim como grande parte das outras nações, Portugal também vem se preocupando com o futuro da economia - mas principalmente como as pessoas vão se virar sem poderem abrir as portas de seus comércios. Além das linhas de créditos que, na prática, são mais úteis para grandes empresários, o país também está arcando com boa parte do salário dos trabalhadores portugueses.
“O que eles introduziram aqui foi o chamado lay-off. É reduzido a ⅔ o salário do empregado, em que o empregador paga 30% e a segurança social, o equivalente ao INSS no Brasil, paga os outros 70%. Essa é uma medida efetiva que entra em vigor agora, para garantir que as pessoas não sejam demitidas em massa. Esse foi o grande movimento econômico”, concluiu Tami.
Ouça a entrevista de Tami Pizzetti direto de Lisboa para o programa Agora, na Rádio Som Maior: