O porta-voz do Palácio do Planalto, Otávio Rêgo Barros, disse nesta quarta-feira, 3, que o governo analisa, com o Congresso, adotar condições diferenciadas de aposentadoria para profissionais de segurança pública, que podem ser incluídas no relatório da reforma da Previdência que tramita na Câmara. Ele ressaltou, no entanto, que a meta central segue sendo a economia estimada em mais de R$ 1 trilhão em 10 anos.
"O presidente Bolsonaro sempre destacou a importância do trabalho dos profissionais da área de segurança pública e é um defensor do atendimento das necessidades desta categoria para o bom exercício da profissão de risco. As condições diferenciadas das categorias estão sendo estudadas com rigor e negociadas no Parlamento, mas o presidente reforça: todo mundo vai dar a sua cota de sacrifício", disse, durante briefing com a imprensa, no Palácio do Planalto.
No caso das polícias e demais forças de segurança municipais e estaduais, Rêgo Barros destacou que, por enquanto, elas ficam de fora das novas regras propostas já que o relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) excluiu servidores de estados e municípios do alcance da reforma. "No momento, a informação que o governo possui é de que, em princípio, os estados e municípios estão fora do relatório. Como consequência, os profissionais da segurança pública estaduais e municipais não serão tratados nesse momento", acrescentou.
Nesse caso, eventuais modificações nas regras para policiais valeriam, inicialmente, para os federais e rodoviários federais. Durante a tarde, Bolsonaro e os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia) e o secretário especial da Previdência, Rogério Marinho, conversaram sobre o assunto. Depois disso, o chefe da Casa Civil ficou encarregado de discutir possíveis novas alterações diretamente com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
"O ministro Onyx Lorenzoni foi ao encontro do presidente Rodrigo Maia levando algumas percepções do senhor presidente, dentre elas, as percepções referentes à questão da segurança pública, mas não exclusivamente estas", disse Rêgo Barros, que preferiu não entrar em detalhes.