A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vetou a importação da vacina russa Sputnik V contra a Covid-19. O posicionamento da agência, que gerou dúvidas a população, foi explicado pelo médico pneumologista Renato Matos nesta quarta-feira, 28, no programa Adelor Lessa.
Segundo Renato, a Anvisa pede por dados mais consistentes em relação à Sputnik antes de importá-la em caráter excepcional. O argumento da agência tem como base o sistema utilizado pela vacina, que estaria causando situações não previstas.
“A Sputnik, assim como a vacina de Oxford e da Johnson & Johnson, utiliza o sistema de vetores virais. Usam um adenovírus, modificado geneticamente para levar informação para a célula. O certo é chegar na célula, entregar a mensagem e parar de se replicar. O que tem sido alegado na Sputnik é que esses adenovírus, habitualmente tranquilos e que causam sintomas de resfriado, continuam se replicando”, destacou Renato.
O fato do adenovírus da vacina continuar se replicando no organismo é algo que não deveria acontecer e que, por isso, a Anvisa está cobrando por maiores informações. O veto de informação, no entanto, não significa que a agência tenha proibido a Sputnik V definitivamente, mas sim que espera por dados.
“Acho que essa é a função da agência regulatória, liberar essa vacina quando realmente os dados sejam suficientes para comprovar não só a sua eficácia, mas principalmente sua segurança”, declarou.