Em entrevista à Rádio Som Maior na manhã desta segunda-feira, 25, na qual confirmou a sétima morte por Covid-19 em Criciúma - um paciente de 72 anos residente no Rio Maina - o secretário municipal de Saúde referiu três casos na mesma família. "Estão no São José a avó, a filha e a neta, todas com Covid-19 e na UTI, inclusive", revelou. Ao citar os três registros na mesma família, Acélio Casagrande fez uma relação desses casos com o Dia das Mães, comemorado há dois domingos. "No Dia das Mães houve muitos encontros, vinte pessoas aqui, trinta lá. Nós precisamos tomar cuidado com os aglomerados", destacou.
Mas a família das três citadas acima não gostou da fala do secretário. E procurou a redação do 4oito para rebater. "Sou familiar das três pessoas que estão na UTI", disse a filha da paciente de mais idade e, por consequência, irmã e tia das demais. "Não houve qualquer aglomeração da nossa família no Dia das Mães. Ela (a mãe) não pegou (coronavírus) por conta disso", garantiu. "Não houve nenhum contato no Dia das Mães, nem encontro com 30 pessoas. Minha mãe é cardíaca, tem uma série de problemas de saúde e é idosa", afirmou, confirmando que sua mãe, que segue na UTI do Hospital São José, tem 73 anos.
"Estávamos tomando todos os cuidados com a mãe. Aconteceu. Ela estava em casa, só com a cuidadora mais a outra filha e a neta, que moram juntas", detalhou. "A mãe deve ter pego a doença de outra forma, estamos investigando", contou, reforçando que mãe vinha cumprindo à risca o isolamento social, e que a neta pouco costumava sair de casa. A filha é que se ausentava mais, já que seguia trabalhando. "Tinha a cuidadora da mãe, a agente de saúde que vai lá, a pessoa que instala o gás, enfim, estamos olhando tudo isso. Mas ninguém fez festa nem reunião. A mãe estava até se sentindo mal de saudade, por não conseguir mais reunir a família", detalhou.
A mais jovem das três familiares hospitalizadas deixou a UTI. "Sim, a mais nova já saiu da UTI e está no quarto. A mãe dela continua na UTI, com febre e falta de ar. A minha mãe é mais debilitada, está com acompanhamento neurológico e tem algumas complicações", relatou a filha da paciente. "Mas estamos bem esperançosos", completou. "Causou certa indignação esse comentário sobre as reuniões com 20 ou 30 pessoas, pois isso não ocorreu", finalizou.
Ouça, abaixo, a entrevista do secretário Acélio Casagrande ao Programa Adelor Lessa: