As medidas restritivas que seriam apresentadas em função do crescimento da contaminação pelo novo coronavírus, na manhã desta quarta-feira pelos prefeitos da Associação dos Municípios da Região de Laguna (Amurel), foram apenas parcialmente expostas. O prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli, apontou que limitará a quantidade de pessoas no acesso aos supermercados e aumentará o rigor da fiscalização do uso de máscaras na cidade. De resto, ficaram dúvidas sobre as medidas que serão efetivamente aplicadas, o que será elucidado ao longo do dia, com a publicação de decretos pelos prefeitos dos 18 municípios da região.
Todos concordaram, durante a entrevista coletiva online, com a gravidade da situação. "A previsão era que no sábado chegaríamos a 1,1 mil casos de Covid-19, mas já estamos alcançando esse número hoje", apontou, com preocupação, o presidente da Fundação Municipal de Saúde de Tubarão, Daisson Trevisol. “A pressão que é feita para os prefeitos é muito difícil, são 120 dias de pandemia, de dificuldades. A saúde pensa que a melhor forma de vencermos isso é fazendo uma paralisação”, reforçou Daisson."Por conta desses dados, precisamos tomar medidas rigorosas logo para conter o crescimento dessa curva. Senão não adiantará conseguir novos leitos de UTI, logo eles estarão lotados de novo", salientou o prefeito Ponticelli.
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Mais cedo, em entrevista à Rádio Som Maior, o prefeito de Laguna, Mauro Candemil, apontou que entre as medidas acordadas pelos seus colegas, em reunião na véspera, estavam a retomada de suspensão de serviços como ocorreu nas primeiras semanas da pandemia, a partir de orientações do Governo do Estado. Questionado sobre possível suspensão de transporte coletivo e restrições no comércio, Candemil apontou que “isso tudo está previsto, porque temos que ter um isolamento social mesmo no extremo. O problema está na disseminação do vírus, no contato com as pessoas. Ainda não é definitivo, mas a tendência é ter o isolamento social pleno”.
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Durante a videoconferência, ao menos três prefeitos da região disseram que não vão seguir medidas que possam se assemelhar a um lockdown. Foram os casos dos prefeitos de Braço do Norte, Gravatal e Grão Pará. O prefeito Rosenvaldo Júnior, de Imbituba, que é médico, colocou-se a favor do isolamento, mas não evidenciou uma postura pelo lockdown. "Não vamos fazer lockdown aqui. Mudamos de opinião depois da reunião de ontem", respondeu Márcio Borba Blasius, prefeito de Grão Pará. "Queremos um estudo técnico para chegar a medidas tão rigorosas, e precisamos de ações fortes do governo do Estado", explicou o prefeito Roberto Kuerten, de Braço do Norte.
"O Governo do Estado nos deve um retorno sobre os dez leitos de UTI prometidos para o Hospital de Laguna, e mais leitos para os hospitais de Imbituba e Braço do Norte", reforçou Ponticelli. O prefeito de Tubarão vai participar, com outros colegas, de uma reunião virtual com o secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro, na tarde desta quarta-feira.