O mundo da economia é repleto de termos e expressões relativamente complexas, as quais acabam se tornando um pouco desinteressante para a grande maioria das pessoas que não entendem muito bem do assunto. Foi justamente pensando em tornar um conteúdo mais técnico, e muitas vezes maçante, em algo atrativo e bem humorado que o jornalista e diretor de redação da revista Superinteressante e Você S.A, Alexandre Versignassi, escreveu o livro Crash: uma breve história da economia.
Utilizando referências da cultura popular que vão desde músicas de David Bowie à sátiras de uma das canções de Toquinho, Alexandre apresenta o complicado mundo da economia para leigos. “O público alvo do livro era eu mesmo quando não sabia de nada de economia, quando ficava com raiva do caderno de economia do jornal que pegava e repetia um monte de jargões e coisas incompreensíveis”, ressaltou o jornalista.
Alexandre ressalta que havia momentos no jornalismo em que ministros da Economia eram entrevistados e tudo que se repassava aos ouvintes e telespectadores eram termos praticamente incompreensíveis para a população geral. “Óbvio que sempre teve exceções, eu não inventei a popularização da economia, mas isso sempre foi uma exceção e nunca regra. A minha ideia ali era tentar puxar o conceito básico básico mesmo”, pontuou.
O jornalista ainda reforça que, quando se é criança, o dinheiro é apresentado às pessoas como algo que simplesmente surge e se vai. “De onde vem esse conceito de que alguns pedaços de papel na carteira, ou hoje mais do que isso, já que são pixels em uma tela, tem valor?”, indagou. Para entender o básico da economia, Alexandre buscou referências que vão de períodos anteriores a própria civilização, onde a caça rendia trocas.
Conceitos vistos por muitos como básicos atualmente, com a própria inflação, ainda não é tão bem conhecido por uma boa parte da população. “Até hoje as pessoas acham que quem faz inflação é o dono de supermercado”, comentou. Alexandre busca a história da primeira inflação, os primeiros relatos de congelamento de preços na grécia e roma antiga que demonstram um sistema anteriormente muito mais simples do que o que se tem hoje em dia - e tudo isso com muito humor.
“Eu não tenho a pretensão de ser alguém que informa as pessoas exatamente, mas sim de fazer um livro que te divirta. A informação você encontra facilmente, mas muitas vezes é muito chato de ler. Queria fazer um livro em que a pessoa se divertisse enquanto aprendesse, e fiquei contente que o feedback do livro vai nessa direção”, afirmou.
A ideia do nome
Para quem entende um pouco de economia, a palavra “crash” acaba remetendo a alguns acontecimentos quase que assustadores, como as quebras da bolsa de valores norte-americana em 1929 e 2008. “O nome é Crash porque a economia anda em ciclos, e a palavra crash tem a intenção de mostrar que de tempos em tempos o mercado mesmo quebra”, destacou.