Uma boa notícia para a Criciúma Construções nesta sexta-feira, 17. O pedido de falência da empresa, encaminhado pelo Banco do Brasil no fim do ano passado, está retirado. O juiz titular da 1a Vara da Fazenda Pública, havia recebido o pedido no qual o Banco do Brasil alegava descumprimento do plano de recuperação judicial, pelo não pagamento de algumas parcelas do acordo financeiro entre a construtora e a instituição financeira. Na ocasião, quando o pedido veio à tona, o risco de falência foi minimizado por representante da recuperação da empresa.
"Foi uma operação simples. O Banco do Brasil, no pedido de embargos de declaração com efeitos infringentes, alegou pagamentos aquém dos valores contratados. Fomos checar e, de fato, havia uma diferença de R$ 200 em um pagamento, de R$ 300 em outro e de R$ 2,2 mil em outro. O nosso perito, que também é um perito judicial, apurou os valores que havíamos pago inicialmente e, para evitar uma disputa de conferência de valores tão irrelevantes, combinamos com o Banco do Brasil que iríamos pagar essas diferenças", explica o gestor judicial da Criciúma Construções, Zanoni Elias. "Logo, pagamos essa diferença de R$ 2,7 mil e teremos tempo até o próximo pagamento, em abril, de fazer um encontro de contas", detalha.
Embora os valores pequenos, era importante resolver o impasse, pois o gestor admite que havia o risco, com essa diferença, de evoluir um processo de falência. "Pois com isso não existe mais alegação de descumprimento do plano. As pendências que restam agora, uma com o Bradesco e outra com o Badesc, não são mais passíveis de descumprimento do plano, que é a nossa maior preocupação", enfatiza Zanoni. As pendências em questão são uma burocrática com o Bradesco e uma solução sobre empreendimentos do Badesc em transações com a Criciúma Construções.
Com mais essa situação resolvida, a construtora encaminha-se para o fim pleno do processo de recuperação judicial. "Com isso, e com aval da Justiça em tempo, chegará o dia em que me levantarei da cadeira e o proprietário reassumirá as suas funções plenamente no comando", observa Zanoni. "Mas isso não quer dizer que todas as pendências estão liquidadas, pois há 26 empreendimentos ainda não resolvidos. Não é com o encerramento da recuperação que se encerram as obrigações da recuperanda, as obrigações se encerram em 15 anos. Até lá tem que pagar credores e transferir empreendimentos. O Banco do Brasil, por exemplo, vai receber em 15 anos. Os pagamentos tem que estar em dia e os empreendimentos, tão logo se viabilizem acordos, contam com suas transferências formalizadas", detalha. "Não há prazos curtos para isso", completa.
O empresário Rogério Cizeski reassumirá plenamente o controle da Criciúma Construções assim que a recuperação judicial por concluída totalmente. "Isso deve ocorrer ainda neste primeiro semestre de 2020", projeta Zanoni.