Um dos indicadores mais importantes em se tratando de segurança pública, o número de homicídios está sob controle em Criciúma. É a tranquilidade que o comandante da 6ª Região Policial Militar, coronel Cosme Manique Barreto, transmite. "Mesmo com as limitações de efetivo, temos a comemorar essa queda dos números de homicídios", sublinha. Ele lembra que em 2016 a cidade registrou 32 casos, caindo para 17 em 2017 e 19 ocorrências em 2018.
Neste ano, com o homicídio registrado nesta quarta-feira, 26, são 12 casos. "Na média, vamos continuar abaixo dos 20 homicídios em 2019, é o que indicam as médias. Com esse índice, tranquilamente Criciúma vai se posicionar entre as vinte cidades mais tranquilas do Brasil", afirma o comandante.
Homicídios em Criciúma
2016 - 32
2017 - 17
2018 - 19
2019 - 12 (até 27/6)
O dado refere-se à média de homicídios por 100 mil habitantes, em números apurados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). "O Ipea divulgou novo levantamento de indicadores faz poucos dias, mas ainda não estratificou por cidades, o que farão daqui uns dez dias. Olhando os dados, em 2017 Criciúma teve 8,1 homicídios por 100 mil habitantes, e a cidade que foi décima segunda colocada no Brasil contou com 8,2. Esse ano manteremos as médias, que estão se mantendo semelhantes de um ano para outro, com poucas variações", assegura Manique Barreto.
O comandante lembra, ainda, que nessa data, em 2018, Criciúma estava com 14 homicídios, contra 12 de agora e 10 do mesmo período em 2017. "Criciúma deve ficar tranquilamente pelo terceiro ano seguido abaixo de 20 homicídios. Ou seja, estabilizamos o paciente", afirma.
Diminuir ainda mais
É difícil que Criciúma consiga baixar do atual patamar de homicídios, reconhece Manique Barreto. "Conseguir melhorar é difícil, mas com todos os trabalhos sendo desenvolvidos e a gente conseguindo uma melhora de efetivo, pode diminuir um pouco", avalia o coronel. Ele projetou, no começo da semana, que a região tem chances de receber até 100 novos policiais militares dos mil que serão concursados no processo aberto recentemente.
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O que vem colaborando
A ampliação das abordagens policiais em veículos e populares vem colaborando decisivamente para a redução do número de homicídios em Criciúma e municípios vizinhos na análise do comandante da 6ª Região Policial Militar. "A gente começou a trabalhar muito forte as operações de cerco da cidade, onde fazemos constantes abordagens de veículos e pessoas, é um dos fatores importantes pois começa a ter a diminuição do crime circulando, pois o crime circula praticamente 100% em veículos. O crime assim tem a dificuldade de circulação". analisa,
Manique Barreto aponta que, semanalmente, ao menos algum veículo irregular é tirado de circulação. "Ou é carro de alguma pessoa com várias passagens policiais e envolvimentos constantes com a polícia, ou abordagens de gente com passagem, com mandado de prisão, veículos roubados e clonados", enumera.
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Armas e drogas
O crescimento da apreensão de armas ilegais também colabora a favor da redução de homicídios. "Passa de 90 armas aprendidas em toda a região esse ano", contabiliza Manique Barreto. Ou seja, uma média de uma arma a cada dois dias no sul catarinense é retirada de circulação. "Eu sou defensor do armamento para as pessoas, terem o direito de querer ou não uma arma dentro das condições de legalidade para ter, mas a arma ilegal tem que ser apreendida", comenta. "Deixou de ser crime inafiançável o uso de arma ilegal. Até o marginal tinha receio de ser pego com arma, era cadeia direto com o flagrante, isso também contribuiu nesses anos para o aumento da criminalidade", pondera. Barreto enfatiza que "70% dos crimes de homicídios ocorridos em Santa Catarina são causados pela arma de fogo".
Cerca de 70% dos homicídios registrados na região tem, conforme o comandante, relação com drogas, tráfico e consumo. "Esse último homicídio foi em virtude de um desentendimento familiar, vida conturbada com tráfico. Aquela mulher que teve no dia 5 de maio também tinha envolvimento com drogas e provavelmente foi um feminicídio, bem provável em virtude desse convívio com a droga e participação de pessoas com passagem por tráfico. Muito poucos fogem disso", finaliza.