Faltavam uns minutos para que o relógio completasse 15h, quando o helicóptero Robson 66, do empresário de Criciúma, André Borges de Freitas, surgiu no céu de Jaguaruna e pousou nesta terça-feira (01) no Aeroporto Humberto Ghizzo Bortoluzzi, após 106 dias de viagem pelo mundo. Ao todo foram 35 países visitados, 63 mil km voados, 340 horas de voo. Números que representam 15% da distância até a lua e rendem ao criciumense o feito de primeiro brasileiro a dar a volta ao mundo de helicóptero. A viagem que começou no dia 18 de junho teve a companhia do piloto inglês Peter Wilson e foi toda documentada e narrada nas redes sociais, além do canal no YouTube, “De helicóptero pelo mundo”. "É uma emoção incrível", sintetizou de forma simples o sentimento que ainda não conseguia traduzir, após os primeiros passos do retorno. Além de empresário, ele também é piloto de avião e helicóptero e detalhou a escolha pelo helicóptero, de onde viu inúmeras belezas e situações curiosas. O helicóptero é muito mais, no meu ponto de vista, mais legal fazer esse tipo de programa de viagem, porque a gente tá baixinho, a gente vê tudo bem baixo. Eu falo que a gente parece um passarinho voando. O que a gente consegue ver aqui é incrível, assim, maravilhoso", sublinhou.
Confira o vídeo da chegada do empresário: [texto continua abaixo]
A rota programada iniciou pelo Brasil, em Jaguaruna, passou pelo Atlântico no Caribe, Estados Unidos, Canadá, Groenlândia, Islândia, Europa e Turquia. Depois eles atravessaram a Ásia, contornaram o Pacífico, desceram o Alasca e toda a América. "A gente passou pela Rússia, um lugar muito bacana, assim, diferente pros brasileiros, a Groenlândia, em cima da camada polar da Groenlândia, a 10 mil metros de altura, pousando nos icebergs, também são impressionantes. Tem muita coisa para falar, a gente passou em cima de vulcão, a gente passou por terremoto, várias situações aí bem complicadas e também muito divertidas ao mesmo tempo", acrescentou. Na chegada, além da companhia de familiares e amigos, alguns admiradores aguardavam para conhecer a dupla de perto. "Eu tô seguindo ele desde que ele partiu dia 18, não consegui acompanhar a saída. Eu gosto de ver essas coisa, gosto de avião, gosto de helicóptero. Quando ele ficava muito tempo num lugar assim, eu ficava preocupado, mas depois ele postava e tranquilizava. Não é fácil, ele teve essa coragem", disse o seguidor e morador de Içara, José Anastácio, 66 anos.
A jornada do piloto foi acompanhada na maior parte do tempo à distância pela esposa Janaína que descreve a experiência entre tranquilidade, destacando os reencontros com ele em várias cidades: Londres, Canadá, Califórnia e Chile, porém de tensão também onde contava com o auxílio de um rastreador. Janaína conta que sempre recebia mensagens dele, que mantinha contato constante pelo telefone via satélite, especialmente durante paradas maiores para manutenção. Porém, ela menciona um momento específico de tensão, quando Freitas avisou que pousaria às 14h, mas não mandou a confirmação de pouso como de costume. “Tive um dia de muita apreensão quando ele avisou que pousaria e, depois de 40 minutos, ainda não havia mandado nenhuma mensagem como costumava fazer”, contou Janaína. "Verifiquei o rastreador e o helicóptero não aparecia como pousado; foi quase uma hora de muita tensão até ele me mandar uma mensagem. Quando finalmente explicado que havia desligado o aparelho e ficou sem sinal, confesso que queria matá-lo", falou brincando.
A marca alcançada entrará o para o Guinness Book e acompanhará outro feito: Em 2018, André se tornou o 22º brasileiro e o primeiro catarinense a conquistar o Everest. Freitas, tem 55 anos, é casado, mora em Criciúma e administra uma vinícola com sua família. Ele e a esposa, Janaína, tem três filhos: Júlia (9), Massimo (11) e Felipe (15).
Ouça o que disse o piloto criciumense André Freitas logo que pousou no Aeroporto de Jaguaruna após completar a volta ao mundo de helicóptero:
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