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De cara para o vento, dólar ultrapassa R$ 4,65 e volta a bater recorde

Queda no preço do petróleo faz com que preço do combustível no país não dispare

Por Guilherme Nuernberg 06/03/2020 - 09:31 Atualizado em 06/03/2020 - 09:31
Foto: Marcello Casal Jr. - Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr. - Agência Brasil

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Em mais um dia tenso no mercado financeiro, o dólar subiu e voltou a bater recorde nominal desde a criação do real. Nem as intervenções do Banco Central conseguiram segurar a cotação. A bolsa de valores recuou quase 5% e teve a maior queda diária em uma semana.

Em alta pela 12ª sessão seguida, o dólar comercial encerrou esta quinta-feira, 5, vendido a R$ 4,65, com alta de R$ 0,07 ou 1,54%. A divisa operou em alta durante toda a sessão. Na máxima do dia, por volta das 14h40, encostou em R$ 4,67. Desde o começo do ano, o dólar acumula valorização de 15,9%. O real tornou-se a moeda que mais se desvalorizou em todo o planeta em 2020. O euro comercial também bateu recorde nominal e fechou em R$ 5,19, com alta de 1,8%.

Segundo o economista Lucas Rocco,  a moeda norte americana está buscando níveis jamais vistos. "Muito perigoso para quem tem dívida em dólar, por exemplo. Tem que buscar uma defesa porque a moeda está buscando novos patamares", comentou.

A depreciação no câmbio poderia ter sido maior se o Banco Central não tivesse intervindo. A autoridade monetária leiloou US$ 2 bilhões em novos contratos de swap cambial, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro. O BC promoveu um leilão pela manhã e um à tarde. No início da noite, o BC anunciou que leiloará mais US$ 2 bilhões em contratos de swap nesta sexta-feira, 6.

De acordo com o economista, a unica certeza é a volatividade no pregão desta sexta-feira, 6. "Os investidores vão para as pontas vendedoras, o mercado vai ficando com medo porque não se sabe até onde isso vai interferir na economia, qual será o impacto", avaliou Rocco.

No mercado de ações, o dia também foi marcado pelo nervosismo. O índice Ibovespa encerrou a quinta-feira aos 102.233 pontos, com recuo de 4,65%. Essa foi a maior queda diária desde o dia 26, quando o índice caiu 7%.

O petróleo está operando em baixa,  na casa dos US$ 43, o que faz com o preço da gasolina e do diesel não subam no Brasil. "São duas variáveis, o dólar e o preço do petróleo. O real enfraquecendo encarece o combustível, mas o petróleo vem caindo então um efeito vem elimando o outro", explicou o economista.

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