São 9.181 quilômetros que separam a sala onde a enfermeira Bibiana Vanderlei Flores interagia com alunos da Unesc, na tarde de ontem, no Hospital São José, e um dos bairros humildes de Ambovombe, na província de Toliara, ao sul de Madagascar. A ilha na costa leste da África, que ficou famosa pelos filmes infantis que carregam o seu nome, está por receber Bibiana, uma colega de Florianópolis e outros companheiros que, do Brasil afora, estão partindo para mais uma missão da Fraternidade Sem Fronteiras.
“Somos voluntários que seguimos a trilha da solidariedade, da caridade, da fraternidade universal”, conta Bibiana, revelando os valores da ONG da qual a enfermeira criciumense faz parte. “A organização tem os olhos voltados para os lugares mais pobres do mundo, implantando centros de acolhida em partes onde a fome, a miséria e o desamparo fazem novas vítimas”, observa.
Apoio a quem precisa
Somente na África, a ONG conta com 30 centros de acolhimento, entre Madagascar e Moçambique, atendendo diariamente cerca de 15 mil crianças. “Na maioria, são órfãs, que recebem alimentação, ganham reforço escolar, orientações de higiene, atividades musicais e de educação”, revela Bibiana. É pelo apadrinhamento de voluntários de todo o mundo que toda essa assistência é garantida.
“Em Madagascar, são dois centros de colhimento, que atendem 3 mil pessoas”, refere Bibiana. “Dali, 357 crianças estão na escola”. Até escovação de dentes, banho e acesso a água para lavar roupas são oferecidos. “Ali há um Centro de Atendimento à Saúde, onde faremos reabilitação nutricional, assistência médica primária por agentes, oferta de medicação, pequenos procedimentos, curativos e até cirurgias”, destaca a enfermeira criciumense. “Tudo é mantido por doações. Há até um consultório odontológico completo”.
Força dos voluntários
A ONG construiu a Cidade da Fraternidade. “É um local onde 48 famílias vivem em casas de dois quartos mobiliadas, um ambiente novo e saudável, com água e incentivo para a subsistência, agroflorestal, produção de biocarvão e sabão. “É importante conhecer essa realidade, tanto profissional quanto pessoalmente, e poder ajudar a dar um pouco de conforto a esse povo tão humilde”, comenta.