Ainda que o segundo turno das eleições ocorra no próximo domingo, muitos criciumenses andam arredios ao debate político. Foi o que constatou a reportagem de A Tribuna ontem à tarde, ao percorrer as praças do Congresso e Nereu Ramos em busca de opiniões. As redes sociais estão sendo importantes aliadas como fontes de informações. Mas claro que a mídia segue exercendo o seu papel.
É atenta a isso que a Rádio Som Maior promove hoje, a partir das 7h30min, debate entre os candidatos ao Governo do Estado. Comandante Moisés (PSL) e Gelson Merisio (PSD) estarão frente a frente para perguntas entre eles e questões encaminhadas por jornalistas. A previsão é que o encontro tenha duração de cerca de 1h30min, com a condução do jornalista Adelor Lessa e transmissão on-line pelo 4oito.
Nas ruas, a campanha morna
Apenas sete das 30 pessoas abordadas pela reportagem ontem falaram abertamente sobre o exercício do seu direito de voto. O WhatsApp vem pesando bastante na decisão final de voto. O cenário de ataque a ideias distintas é visível nas mídias sociais, como coloca o estudante Arthur Menezes, 26 anos: “Eu percebo ódio de ambos os lados, além de fé cega, hipocrisia e muitas certezas incertas”, disse, em tom crítico.
Eleitores de ambos os candidatos à Presidência, bem como ao Governo do Estado, também se baseiam em fatores como direcionamento moral, renovação no cenário político brasileiro e oposição declarada para embasar suas preferências. Para a psicóloga Ana Carolina Curcio, 32 anos, a educação foi a chave para a decisão do voto. “Eu quero um Brasil com mais creches, mais pessoas formadas no nível superior, e acredito que meu candidato a presidente pode oferecer isso para a população”, afirmou, convicta. Porém, a decisão passou por outro caminho para Arthur Menezes. “Eu defini meu voto com base em princípios religiosos, além da promessa de combater ideologias contrárias ao meu pensamento”, explicou.
A tradição ainda pesa
Há também quem decida se esquivar do cenário virtual e utilize os meios tradicionais para conhecer seus candidatos. “Para governador, eu decidi que a postura adotada pelo meu candidato é o que eu acho que será de grande valia para Santa Catarina”, esclareceu Edilene Ramos, 36 anos. A auxiliar administrativa percebe as mídias sociais como algo a ser evitado em tempos de eleição.
Ainda que o voto para presidente e governador de cada eleitor entrevistado seja para candidatos distintos, um cenário inusitado se fez presente: a verticalização das opções. Muitos dos inclinados por A ou B vêm manifestando votos alinhados em Santa Catarina. “Aquele que em Santa Catarina tem o apoio do meu candidato a presidente vai levar o meu voto”, contou a assistente de pós-vendas Ana Carolina Eliseu, 17 anos.
“Eu vejo que a polarização nas campanhas foi muito forte, intensa mesmo, e acabamos ficando entre um e outro candidato e aqueles que os apoiam ou não”, apontou a jornalista Juliana Dacoreggio, 38 anos. “Se o candidato à Presidência apoia o candidato a governador X, acaba estadualizando seus votos para seu colega de partido, ou ainda o oposto”, concluiu.