O deputado estadual Valdir Cobalchini (MDB) apresentou um Projeto de Lei na Assembleia Legislativa de Santa Catarina propondo o fim da utilização dos radares móveis nas rodovias estaduais. Segundo o texto, esses equipamentos servem para arrecadar dinheiro e não ajudam na segurança do trânsito. Cobalchini falou sobre o tema no Jornal das Nove.
“Eu defendo a utilização dos radares fixos, não essa indústria da multa. Eu tô promovendo um debate, ouvindo as sugestões e conversando com o Governo, não estou fazendo um projeto contra quem quer que seja. Tem que haver uma mudança hoje, o Estado não tem legalmente a possibilidade de ter um radar fixo e o meu projeto pode corrigir isso”, disse o deputado.
Os radares fixos citados por Cobalchini estão suspensos em Santa Catarina desde julho de 2002. “O interesse acima do que o interesse de arrecadar é o interesse de preservar as vidas. Parte desses recursos são usados para limpar caneletas, para tapar buracos e fazer pinturas? Eu acredito que não, porque muitas das nossas rodovias estão sucateadas. O meu projeto é técnico e ele gera um debate”, completou.
O tenente-coronel Hoffmann, comandante do Batalhão de Polícia Militar Rodoviária (PMRv) de Santa Catarina não vê com bons olhos essa medida. Segundo ele, os radares móveis são utilizados sempre ao lado de viaturas da Polícia, para que o condutor não seja pego de surpresa, ainda segundo ele o radar não serve como uma medida arrecadatória.
“A utilização do radar é de forma ostensiva. É um novo momento que a Polícia está vivendo, buscamos diminuir o número de acidentes. A velocidade é um dos principais fatores para morte em rodovias, flagramos um veículo indo de Itajaí a Brusque a 211 km/h”, afirmou. “Vamos discutir essa situação com ele, apresentar dados”, completou Hoffmann.
Outro que não acha interessante o Projeto de Lei é o comentarista de trânsito da Rádio Som Maior, Vinícius Ribeiro. “Nas rodovias municipais e federais não altera em nada, é bom frisar. A gente salienta essa questão do excesso de velocidade com educação. Se a velocidade é de 100 km/h, é porque foi determinado para aquela rodovia”, comentou. “Tirar totalmente eu não vejo com bons olhos”, completou.