Deputados federais de Criciúma, lideranças políticas do Sul catarinense, técnicos econômicos e representantes empresariais participaram de encontro por vídeo conferência na Unesc, para tratar da retomada econômica do Sul catarinense após a pandemia do coronavírus.
Estiveram presentes os três deputados federais criciumenses: Daniel Freitas (PSL), Geovânia de Sá (PSDB) e Ricardo Guidi (PSD). Foram os últimos a falarem no encontro, que durou aproximadamente duas horas e meia. Primeiro, técnicos da área econômica fizeram um parecer sobre a situação da economia regional em meio à pandemia.
Thiago Fabris, coordenador do Observatório de Desenvolvimento Socioeconômico, apresentou dados de empregos, renda, endividamento e incerteza sobre a área econômica e afirmou que o agronegócio será um setor importante na retomada.
Entre os dados apresentados, está o aumento da desocupação da população estadual e nacional.
Fabris apresentou também que a incerteza sobre a economia no país, que em abril bateu recorde histórico. O número de famílias endivididas diminuiu em maio; por outro lado, aumentou o número de famílias que não terão condições de arcar com as dívidas. No varejo, a receita diminuiu 8,8% no Estado, enquanto o volume de vendas caiu mais de 12%.
"Estamos em uma casinha de papelão e quando bater o vendaval a gente não vai aguentar. É o sentimento do empresário e do empregado no Brasil", manifestou a presidente da CDL de Criciúma, Andrea Salvalaggio, em sua fala no encontro. O representante empresarial, Moacir Dagostin, lembrou a movimentação dos empresários para diminuir prejuízos e cobrou o mesmo do setor público. "Do outro lado, o setor público não tem nenhum sacrifício. É hora do setor público rever os seus conceitos. O judiciário continua inerte. O que se fez para reduzir?", ataca Dagostin.
Representando a prefeitura, Claiton Pacheco, diretor de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação, lembrou que há pouco poder de injeção de recursos por parte do poder municipal e destacou que a prefeitura trabalhou no sentido de "não atrapalhar" o setor econômico, citando a prorrogação do pagamento de tributos.
Os deputados fizeram participações mais curta no encontro. Guidi, o último a falar, lembrou o projeto de lei que apresentou de refinanciamento de dívidas tributárias anteriores à pandemia. Ele ressaltou, também, a dificuldade que os bancos estão impondo para o acesso dos empresários às linhas de crédito disponibilizadas pelo governo.
"A gente enfrenta uma calamidade financeira e sanitária enorme. O governo tenta fazer, com dificuldades, medidas, como o auxílio emergencial e a linha de crédito, que acredito que os bancos estejam dificuldando que chegue nas contas. O recurso para a folha de pagamento a gente vê que tá chegando. Tudo isso com apoio dos deputados", disse o deputado.
Geovânia de Sá pediu celeridade em pautas na Câmara dos Deputados relativas às reformas tributárias e administrativas. Ela lembrou a dificuldade que os empresários sentem, especialmente em meio à pandemia. "Todos os dias ouvimos sobre empresas fechando, empregadores com dificuldade de pagar impostos. Piora das contas públicas e consequentemente a redução dos rendimentos das famílias", afirma a deputada. "A família com a renda reduzida procura o essencial, alimentação e saúde, e faz com que outros setores sofram. A roupa fica para um segundo plano", exemplificou.
Daniel Freitas ressaltou os esforços na área da Saúde, como a instalação de 15 leitos do Hospital São José, e reforçou a busca pela retomada econômica neste momento de pandemia. "Estamos vivendo quatro ondas: a primeira da saúde, a segunda da economia, agora todos os atos devem ser nesta questão, a segurança pública, tivemos saques em supermercados e assalto a mão armada, de pessoas desesperadas, e a quarta que é a retomada da economia, temos que nos concentrar nesses esforços", disse.