Após mais de um mês com as atividades econômicas quase que suspensas completamente, Santa Catarina vai aos poucos flexibilizando o retorno de alguns setores. Apesar disso, o comportamento de parte da população, que não seguem as orientações de isolamento social e uso de máscaras, alerta para a possibilidade do retorno de atividades.
“As medidas devem ser tomadas, esse isolamento é fundamental para que possamos continuar nessa linha. Se tivermos um aumento muito grande de casos, que os hospitais comecem a ficar saturados, as pessoas podem ter certeza que vamos voltar para trás novamente, vai fechar o comércio”, comentou o pneumologista Renato Matos.
Neste fim de semana, Criciúma teve um salto em número de internações e pacientes em Unidade de Terapia Intensiva (U.T.I), entre suspeitos e positivos para coronavírus. De acordo com o último informe epidemiológico do município, três pessoas estão em UTI e nove estão internadas na enfermaria. “Houve um pulo grande que talvez já seja um resultado da abertura feita”, pontuou Renato.
O pneumologista ressalta que as próximas duas ou três semanas serão essenciais para que o impacto da abertura comercial seja analisada no município. Enquanto isso, o que segue preocupando o médico, é a grande quantidade de pessoas se reunindo em grupos e sem o uso de máscaras - o que pode fazer com que o município perca boa parte do trabalho de prevenção já feito.
“O isolamento foi fantástico e segurou a doença de uma maneira muito importante, mas não podemos perder todo esse tempo e energia a troco de medidas irresponsáveis tomadas pela sociedade. A preocupação é de que as pessoas tem ideia de que já passou [o coronavírus], e de que podemos voltar a vida normal”, ressaltou.