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Desempenho de times catarinenses em 2019 é o pior de muitos anos

Por Redação Criciúma, SC, 20/12/2019 - 14:32 Atualizado em 20/12/2019 - 14:32

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A temporada 2019 não terminou como o torcedor catarinense esperava. Nem de longe. Para quem em janeiro vivia a expectativa de ter novamente três ou até quatro clubes do Estado na elite do futebol brasileiro, se decepcionou totalmente com a conclusão do ano. Santa Catarina não terá nenhum representante na Série A do Brasileirão 2020. Isto não ocorria desde 2001. Desde então, todas as temporadas tinham pelo menos um time catarinense na primeira divisão.

Os acontecimentos só provaram que os clubes de Santa Catarina ainda precisam crescer muito se quiserem disputar de igual com os grandes do nosso país. Desde o início do campeonato, sites como o da Betway Esportes, especializado em futebol bets, já indicavam um ano difícil para o Estado. Agora, só resta aprender com os erros e dar a volta por cima em 2020.

Avaí, Chapecoense e Figueirense vão disputar a Série B do Brasileiro em 2020. O Criciúma, rebaixado na segundona, e o Brusque serão os representantes catarinenses na Série C. E não podemos esquecer do Joinville, que se junta com os dois classificados pelo Estadual 2020 para disputar a quarta divisão nacional.

Mas qual é o grande motivo para que toda esta dificuldade aconteça? São várias. Falta de planejamento e estrutura, falta de investimento de empresas privadas, gestão administrativa defasada, sem patrocínios master, diretorias sem nenhuma experiência administrativa e falta de atenção às categorias de base são algumas das razões para a grande decepção do futebol catarinense.

A situação do Figueirense retrata bem a temporada do futebol catarinense. Comandado pela empresa de investimento Elephant desde 2017, o Alvinegro do Estreito sofreu com uma gestão “suicida” e sem preparo para comandar um clube de futebol. Salários atrasados, diretoria ausente, falta de identificação com o clube e condições precárias de trabalho foram os principais motivos que geraram uma crise nunca vista no Scarpelli, que teve seu ponto mais grave no W.O. diante do Cuiabá. Nessa noite, os jogadores se negaram a entrar em campo por falta de pagamento dos salários e direito de imagem. A manifestação dos atletas contou com o apoio da torcida e dos demais funcionários, acabou ocasionando o rompimento com a empresa gestora.

No dia 22 de novembro, na penúltima rodada da Série B 2019, o Figueirense empatou sem gols com o CRB, em Alagoas, e confirmou sua permanência na segunda divisão nacional. Esta conquista foi comemorada como um título, depois de toda a dificuldade que o clube enfrentou durante o ano. A torcida, que “abraçou” o time após a saída da Elephant, também comemorou. Vale lembrar que o Alvinegro do Estreito teve 93,5% de chance de rebaixamento. Com o apoio da sua torcida e a união do grupo, o Figueira conseguiu reverter a situação e terminar o ano um pouco mais feliz.

Gestão exemplar no Oeste

A Chapecoense já foi exemplo para o futebol brasileiro. Para quem não se recorda, o Verdão do Oeste disputava a quarta divisão nacional em 2011 e três anos depois já representava Santa Catarina na elite do futebol do Brasil. Qual foi o segredo para este sucesso meteórico? Gestão. O responsável por este feito foi Sandro Pallaoro. O presidente da Chape conseguiu implantar na Arena Condá um método de gestão eficiente, mas sem exagerar nos investimentos. O segredo era utilizar o recurso que já tinha.  

Além do cuidado com o orçamento, uma das grandes sacadas do ex-presidente era “investir na base” para reduzir custos e favorecer o entrosamento entre jogadores e comunidade. Uma grande jogada de marketing trouxe o time para os braços da torcida, que vestiu a camisa e lotou a Arena Condá em quase todos os jogos do clube.

Mas quis o destino que o bom trabalho fosse interrompido pelo acidente aéreo de 2016, que vitimou boa parte da delegação catarinense, mais dirigentes e jornalistas. Sandro Pallaoro foi um dos dirigentes que perdeu a vida naquele acidente juntamente com toda a sua equipe administrativa. Na retomada do clube, Plinio Neves De Nes Filho assumiu a presidência da Chape, mas não conseguiu implantar o mesmo sucesso que seu antecessor. Resultado: dívidas enormes e rebaixamento para a Série B. 

Brusque salvou 2019

A boa notícia do ano veio do Alto Vale do Itajaí. O Brusque salvou a temporada catarinense com o título da Série D 2019 sobre o Manaus e a classificação para a Série C de 2020. Comandado pelo técnico Waguinho Dias, o Bruscão fez uma campanha impecável e surpreendeu muita gente no país.

Este é o segundo grande título do Brusque em sua história. O anterior tinha sido o Campeonato Catarinense de 1992. Nada mal para um clube de apenas 22 anos.

E o Brusque não quer parar por aí. Com o apoio da Havan como patrocinador master, o time do Alto Vale quer montar um time competitivo e fazer bonito na Série C. O Brusque fará duelo catarinense com o Criciúma na terceirona.

2015, o ano inesquecível

Se em 2001 nenhum time catarinense participou da série A do Brasileirão, 2015 foi o máximo para o futebol de Santa Catarina. Foi neste ano que o Estado colocou quatro representantes na elite do futebol nacional. Além de São Paulo, Santa Catarina era o estado brasileiro com mais clubes na Série A. Chapecoense e Figueirense ganharam a companhia de Joinville e Avaí, que haviam conquistado o acesso na Série B de 2014.

Apesar da euforia, durante a competição, a alegria acabou dando lugar a agonia e Avaí e Joinville voltaram para a Série B do Brasileiro com o término do campeonato.

O que fazer em 2020 para melhorar o desempenho dos times catarinenses

Retomada. Recuperação. Estas são palavras de ordem no futebol catarinense para 2020. A meta é aprender com os erros cometidos nesta temporada e montar um planejamento perfeito, sem exageros, para voltar a brilhar no cenário nacional.

Para que isso aconteça, alguns investimentos precisam ser feitos como o acerto de patrocínios e apoiadores financeiros. Outra estratégia importante é o resgate do torcedor na arquibancada, uma das principais fontes de renda dos clubes. Além disso, o apoio incondicional da torcida pode gerar resultados dentro e fora de campo. O torcedor catarinense é apaixonado pelo seu time. Se ele for estimulado, o apoio será um diferencial para conquistar o sucesso.

Outro ponto importante é o investimento das categorias de base. Um bom trabalho com a garotada pode render bons frutos durante o ano. O Criciúma, por exemplo, já anunciou a permanência do técnico Roberto Cavalo, que gosta de aproveitar os jovens talentos. O novo diretor de futebol do Tigre, Evandro Guimarães, já confirmou que tem planos de integrar a base com o profissional. Vamos aguardar.

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