A estiagem que seca rios, poços e lagos não só deixa algumas cidades sem água na região como também já prejudica diversos agricultores. Em Içara, por exemplo, produtores de milho, soja e feijão já contabilizam as perdas na safra. Somente no milho, cultura mais afetada, a perda já chega aos 40% nesta safra. “A situação está bem crítica. O prejuízo estimado no milho é de 94 mil sacas, na soja é de 10 mil sacas e no feijão de 500 sacas. Além disso, as pastagens também sofrem com a seca”, comenta o engenheiro agrônomo da Epagri de Içara, Luiz Fernando Búrigo Coan.
Ele diz ainda que há produtor de milho que perdeu 100% da produção. “O custo da colheita de um hectare tem o custo da máquina que é de R$ para colher cada hectare. Após a colheita tem que pagar o frete até o secador, tem que pagar este serviço, que a partir daí pode armazenar o milho por meses que não estraga. A área tem milho ruim, mas tem e se considera perda total porque não compensa colher, pois vai perder mais do que produziu”, explica.
Coan destaca que só agricultores estão investindo cada vez mais nas propriedades e um fato como o que ocorre agora acaba causando impacto negativo. “O produtor fez o investimento, está cada vez mais tecnificado, procurando investir em melhor genética das sementes, em uma adubação mais equilibrada, investir em maquinário, ou seja, o produtor está progredindo e os custos de produção estão se tornando mais altos em função disso. Porém, em um ano normal a produtividade vem e o produtor consegue tirar o investimento e fazer uma lavoura que dê lucro. Quando dá a seca, ele sofre, não tira o investimento, o sustento da casa e até mesmo para pagar um financiamento de um maquinário, por exemplo”, finaliza.