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Dia dos Pais: As vitórias de um pai e das três filhas em casa e no tatame

Influenciadas pelo pai Everaldo, Sabrina, Carolaini e Emily acumulam conquistas no Karatê

Por Marciano Bortolin Içara, SC, 08/08/2021 - 09:01
Fotos: Divulgação
Fotos: Divulgação

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Sabe aqueles movimentos que os bebês fazem na barriga da mãe e que as pessoas dizem que estão chutando? Everaldo Pereira preferia dizer que as suas filhas já estavam praticando Karatê e falava até os nomes dos golpes que elas aplicavam.

O que para as pessoas poderia parecer engraçado, para o pai apaixonado pelas filhas e pelo Karatê era muito sério. Ele começou a se envolver com a arte aos 16 anos. Hoje é, além de atleta, professor e técnico. A paixão pela arte ele passou para as filhas e, adivinhe! As três herdaram os ensinamentos de Everaldo e se tornaram caratecas, competidoras e campeãs.

Sabrina, de 23, Carolaini, de 20, e Emily, de 12, fazem parte da Seleção Brasileira e carregam no peito, além das medalhas, o orgulho de serem filhas de Everaldo. “Não tenho nem palavras para descrever o quanto ele se dispõe, o quanto se doa para fazer com que os nossos sonhos sejam realizados. Tenho certeza que onde eu pretendo chegar, chegarei graças a ele. Sem ele não chegaria onde cheguei e onde eu quero chegar. Quero tê-lo sempre do meu lado para conseguir os meus objetivos porque é um dos alicerces”, fala Carolaini, que diz que o pai e técnico, exerce diversas funções. Até de psicólogo.  “Ele faz um trabalho excelente, separando o lado pai, amigo e técnico. É um pouco psicólogo, nutricionista, de tudo um pouco. Ele faz muitos papéis, além de ser pai, ele tem que ser durão, porque é técnico e isso não prejudica os nossos laços de amizade. Pelo contrário, fortalece cada vez mais, porque ele está sempre provando que é o melhor pai do mundo, que é a melhor pessoa para estar ao nosso lado”, completa Carolaini que é campeã do brasileira, Sul Americano e do Pan Americano.

Everaldo lembra que elas começaram cedo e que os primeiros socos e chutes já eram dados antes mesmo de aprenderem a engatinhar. “Eu dentro do tatame e elas brincando e sendo o xodó. Nasceram e cresceram dentro do dojo. Conheço professores que os filhos treinam Karatê e não conseguem conciliar o vínculo de pai e professor. Para mim sempre veio para agregar. O grande presente que o Karatê me deu foi a minha família. Minhas filhas e minha esposa”, salienta.

Incentivada pelo pai, Carolaini e Sabrina, participaram de sua primeira competição aos cinco anos de idade. Sabrina, ainda antes, aos três. “A influência foi totalmente do pai para praticar Karatê. Começou a ficar mais sério aos 10 anos, com medalhas importantes como do Campeonato Brasileiro. Sempre tive muito incentivo da família, algumas vezes pensando em desistir pela dor, cansaço, questão financeira, psicológica, e a minha família nunca me deixou desistir, principalmente o meu pai, sempre estimulando, nos oportuniza fazer várias coisas”, fala Sabrina, campeã Sul Americana, do Pan Americano, várias vezes campeã brasileira e medalha de bronze no Mundial. “A nossa família é o pilar de tudo isso, sou grata por tudo isso. Me incentivam e motivam diariamente. O meu pai é o meu melhor amigo. Sei que posso contar tudo que ele vai estar me apoiando e mostrando o caminho certo”, completa.

“Cola em mim que juntos conseguimos”

 Everaldo diz que ainda embarga a voz quando fala das conquistas das filhas. E realmente embarga. Fica nítido! Ainda mais agora que Emily chegou aos 12 anos e também entrou para a Seleção Brasileira de Karatê. Engasgo ainda pensando nisso porque é uma emoção única. Fecho os olhos e vejo ela carimbando o passaporte para o Sul Americano. A Sabrina com a medalha do mundial na Indonésia, a Carol no pódio do Sul Americano. Várias vezes quando toca o Hino do Nacional e sobe a bandeira do país, não tem como não me emocionar”, revela. 

E a caçula Emily faz questão de destacar uma das frases do pai que a incentivam. “Pratico Karatê desde os cinco anos, mais por brincadeira no começo e se tornou uma paixão. Com o apoio da família fui melhorando e entrei na Seleção Brasileira. Sempre fiz o que meu pai sempre fala: ‘cola em mim que juntos conseguimos’. O Karatê ajuda a  fortalecer os nossos laços familiares. Muitos pais levam para os treinos e vão buscar no fim, conosco não, porque o pai está junto dando aula o que me ajudou muito no desenvolvimento. Tenho muita intimidade com o meu pai porque a gente conversa muito e isso ajuda bastante no desenvolvimento familiar.  

Como de costume, a família de karatecas passará mais um Dia dos Pais juntos, porém, não em sua cidade natal, Içara, mas em São José do Rio Preto, em São Paulo. E não de férias, mas treinando com a Seleção Brasileira. “Essa é uma oportunidade que servirá como preparação para o Campeonato Brasileiro, que acontecerá em Fortaleza, no próximo mês, e para uma etapa da Liga Mundial, na cidade do Cairo, no Egito”, explica Everaldo.
 

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