O dólar novamente registrou o maior valor nominal da história nesta terça-feira, 12. A moeda fechou o dia sendo vendida a R$ 5,86. O euro e a libra também registraram aumento e encerraram o dia sendo negociadas em R$ 6,37 e R$ 7,22.
No mercado de ações, o dia também foi marcado por perdas. O Ibovespa caiu 1,51% e encerrou a terça-feira na casa dos 77 mil pontos. O indicador estava em alta até por volta das 15h, mas passou a operar em queda nas horas finais de negociação, após a divulgação de que Bolsonaro teria defendido troca na Polícia Federal para proteger familiares e aliados. "Em meio aos relatos do vídeo entregue ao STF que confirmariam a versão do Moro, também tem a pressão pelos que tiveram a regalia cortada que agora aproveitam para subir na mesa. A demora do presidente para vetar o aumento dos servidores também não ajuda", comentou o economista Lucas Rocco.
Além das tensões políticas no Brasil, a Ibovespa foi afetado pelo mercado externo. Influenciado pelo aumento de casos de coronavírus em países que relaxaram as restrições sociais, como a Alemanha e a Coreia do Sul, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, encerrou o dia com perda de 1,89%.
O economista avalia que o mercado financeiro brasileiro segue de forma razoável pela quantidade de crises que acontecem ao mesmo tempo. "Apesar de cair de 120 mil para 77 mil pontos, uma queda de 40% do topo, o mercado até que está bem, porque temos a crise do petróleo, crise comercial entre EUA e China, crise cambial com o dólar chegando a lugares nunca antes atingidos, além da crise política que vem ganhando terreno", avaliou Rocco.
A ata da reunião do Comitê de Politica Monetária (Copom) do Banco Central foi divulgada na terça-feira, 12, e projeta que no próximo encontro haverá mais um corte na taxa Selic. Existe a expectativa entre os investidores que a redução poderá ser novamente de 0,75%, chegando a 2,75% ao ano.