Dançar ou correr? Grupo Folclórico Ítalo Brasileiro ou Departamento Municipal de Esportes? Essas eram as dúvidas da neoveneziana Larissa da Silva Lúcio, quando tinha apenas 12 anos. Quando descoberta pelo treinador Roberto Bortolotto nos Jogos Escolares de Nova Veneza, ela era apaixonada pela dança, até descobrir mais intensamente as pistas de corrida. “Eu participava dessas competições de escola e de corridas rústicas apenas, quando chegou o Bortolotto e me selecionou para participar dos treinamentos. No começo eu não levava a sério, ia alguns dias e faltava bastante, quando a gente é criança só quer brincar”, comenta Larissa.
Na época em que começou a treinar, a atleta participava do Grupo Folclórico Ítalo Brasileiro, um dos grupos de dança mais conhecidos e respeitados de Santa Catarina. Até que o treinador Bortolotto falou que ela tinha um grande futuro no atletismo. “Eu gostava muito de dançar, não queria deixar o grupo, mas chegou um momento que o atletismo era muito mais importante, que poderia ser meu futuro, e que eu estava vendo que gostava mais também”, enfatiza a atleta.
Principal destaque do atletismo de Nova Veneza hoje, com 18 anos, Larissa ressalta a importância que teve a insistência de Roberto em tê-la no DME. “O Roberto foi um cara que mudou boa parte da minha vida, por ter me chamado para esse projeto do atletismo. Ele é uma pessoa muito boa para mim e para todos os outros atletas aqui do núcleo. Realizei várias coisas, ele me fez voar no atletismo, só tenho a agradecer a ele por tudo que fez por mim e tem feito ao longo desses anos”, destaca a atleta.
O ano de 2019 foi o melhor da sua carreira. Foram 20 medalhas conquistadas, além do principal objetivo daquele ano alcançado: o título brasileiro sub-18. A velocista tem a melhor marca do Brasil nesta categoria e é líder do ranking. Larissa ainda se tornou a única atleta de Santa Catarina a conquistar o tetracampeonato seguido na prova dos 800m rasos da Olesc.
Quando o assunto é Olímpiadas, o brilho no olhar da atleta fica evidente. “O maior sonho né? Nem tem como ser diferente, é o auge de um atleta, eu penso nisso sim, sonho sempre em estar disputando uma competição desse tamanho, seria emocionante demais poder representar o meu país em uma Olimpíada”, conta a atleta.
Para o treinador, Roberto Bortolotto, a atleta tomou a decisão correta ao escolher o atletismo. “Eu falei para a professora de dança dela que ela iria conseguir outra pessoa na dança, mas que eu não ia conseguir outra Larissa no atletismo. E está aí, ela se tornou uma referência no estado na sua categoria, uma atleta de alto nível, a Larissa é uma atleta nova e já é exemplo para muitos”, comenta Bortolotto.
A rotina de treinos de Larissa é bem intensa, de segunda a sexta pela parte da manhã. “Ela faz as piores provas para treinamentos, exige muita repetição, muito tiro, é o mais sacrificante, tem que ter muita força de vontade, mas a Lari tem. É o que eu digo para eles, chorem no treino para sorrir na competição”, comenta Bortolotto.