O vereador Allison Pires (PSDB) protocolou pedido de licença da Câmara de Vereadores de Criciúma por quatro meses, na última sexta-feira, dia 15, e uma reunião entre o prefeito Clésio Salvaro e a bancada do partido no Legislativo municipal, nesta segunda-feira, dia 18, deve definir qual suplente assumirá no lugar dele. Conforme Doutor Alisson, o pedido para a licença foi feito após uma solicitação do próprio prefeito e da presidência da sigla.
“Ano passado fizemos uma reunião do partido e concordamos que seria feito um rodízio da bancada na Câmara, entre eleitos e suplentes. Houve conversas durante a semana passada e foi decidido que esse rodízio seria feito agora”, conta Pires. A saída dele começou a ser desenhada na última segunda-feira, dia 11, quando o parlamentar se absteve de votar no Projeto de Lei (PL) de autoria de Zairo Casagrande (PSD), o qual tratava da exoneração de pagamento de Cosip para os condomínios. O Governo era contrário ao PL.
Em sua defesa, Doutor Alisson alega que “não votei contra o Governo. O que aconteceu é que, por problemas de saúde, não compareci na sessão que antecedeu aquela votação. Naquela sessão foi dada entrada no pedido de votação do PL com dispensa de pareceres, que é quando o projeto não passa pelas comissões. Todo projeto deve tramitar pelas comissões da Casa para ser analisado. Eu li o projeto, mas, como ele não tramitou nas comissões, não consegui estudá-lo. Somos responsáveis pelos nossos votos, a minha postura sempre foi de avaliar bem os projetos que vão para votação, então resolvi me abster porque não pude analisar o projeto”.
Ele também afirma que “aparentemente, o prefeito convocou os líderes da bancada para uma reunião no dia da votação. Parece que ele pediu para votarem contra, mas ninguém informou isso a mim. E, mesmo que informassem, minha posição (de se abster) seria a mesma porque não havia avaliado o projeto corretamente”.
Pires acredita, ainda, que o erro talvez tenha sido deixar, na sessão em que ele não esteve presente, o PL tramitar sem pareceres. Ele lembra que está como vice-presidente do PSDB municipal e respeita a decisão do partido, mesmo não concordando com ela. “Estava de acordo com o rodízio, mas preferia que fosse em outro momento porque tem projetos meus tramitando na Câmara, inclusive um bem importante e inédito em Santa Catarina, sobre a classificação indicativa para eventos culturais. De qualquer forma, não ficou clima ruim dentro do partido”, finaliza.
O que diz o PSDB
A presidente do PSDB em Criciúma e secretária Municipal de Educação, Roseli de Lucca Pizzolo, confirma o acordo feito no ano passado para o rodízio na bancada da Câmara com o objetivo de dar oportunidade para outros parlamentares. No entanto, ela admite, também, que ele foi adiantado.
“Não vou dizer que não teve esse enfrentamento com o prefeito na questão das votações porque teve. Mas o rodízio já era de conhecimento de todos e foi combinado em comum acordo entre todos, inclusive o Doutor Allison e o Marquinhos (Meller) tinham colocado seus nomes à disposição, assim como o Feuser (Dailto) e o Kaminski (Júlio) fizeram anteriormente”, declara Roseli.
Ela adianta que a reunião convocada pelo prefeito Salvaro para hoje será para tratar sobre o suplente que deve assumir a vaga no lugar de Pires, cujos nomes cogitados são o de Daniel Cipriano, Edson Aurélio e Vilton Vidal, ambos do PSDB. O encontro também definirá se serão feitos futuros rodízios. Sobre a situação de Doutor Allison, Roseli afirma que “acredito que ele volte depois da licença de quatro meses. O relacionamento com ele sempre foi muito bom, inclusive é vice-presidente do partido, pela postura dele, muito correta, então não há problema nenhum”.