O Sindicato dos Bancários de Criciúma e Região fez uma festa de aniversário da Caixa Econômica Federal, na agência localizada na rua Santa Catarina, bairro Comerciário, na manhã desta segunda-feira, 13. O banco público, fundado durante o Império de Dom Pedro II, completa 159 anos. Além da celebração, outra pauta foi levantada pelo sindicato: a luta para que o banco permaneça público. A
Na avaliação do diretor do sindicato, Laércio Silva, o governo federal trabalha para a privatização da Caixa. Segundo Laércio, a intenção de vender o banco para a iniciativa privada ficou evidenciada com a fala do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, em rede nacional na noite de domingo.
"Ele deixou bem claro que a Caixa vai vender cartões, que ela pretende vender loterias, seguros e gestão de ativos. Ou seja, estão dizendo que não vão privatizar, mas estão vendendo tudo. Se a Caixa fosse um ovo, eles estariam vendendo a gema e a clara e deixariam apenas a casca", apontou Laércio.
Segundo o sindicalista, pesquisas apontam que a população brasileira é contrária à privatização da Caixa. Uma lista divulgada em agosto pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, com nove estatais que o governo federal pretende privatizar, não incluía o nome da Caixa. De acordo com uma pesquisa divulgada pela revista Veja na mesma época, 59% da população rejeita a venda dos bancos públicos.
A opinião é corroborada pela aposentada Terezinha Melo, 63 anos. Ela esteve na agência da Caixa de Criciúma onde foi comemorado o aniversário do banco, nesta segunda-feira, e comeu uma fatia do bolo servido a funcionários e clientes. Ela estava no banco para ver se o marido pode fazer o saque do FGTS para ajudar a pagar a casa nova e ficou surpresa com a celebração.
"Eu não concordo (com a privatização), isso é coisa de governo. Esse governo não pode mudar uma coisa que é nossa, que veio bem antes dele. A Caixa é a Caixa, ela tem que continuar sendo a Caixa", afirmou a aposentada.
Laércio recapitulou a história da Caixa Econômica Federal no Brasil, como um banco que serve a praticamente toda a população e fomentou a economia e a construção social no país.
"A Caixa é uma bela página da história brasileira. Ela nasce com os escravos fazendo poupança para comprar sua carta de alforria. Em 1990 a Caixa centralizou o fundo de garantia, antes era espalhado por todos os bancos e era uma desorganização total. A Caixa foi responsável recentemente pela execução programa Minha Casa, Minha Vida, que fez milhões de moradia e gerou milhões de emprego. Ela é responsável por 70% do financiamento deste país", concluiu.