Adenor Leonardo Bachi, ou melhor Tite, realizou palestra para mais de 800 pessoas em Tubarão no sábado (5), onde contou momentos do início de sua carreira, destacando a gratidão por quem lhe ajudou, a relação do futebol com a medicina e seu envolvimento com a família.
Gente como a gente, logo no início do evento desceu do palco, dizendo que seu estilo é esse. Durante o restante da palestra, permaneceu ao nível da plateia. Além disso, caminhou pelo corredor central, chegando ainda mais próximo ao público.
Tite citou três vezes o narrador Jotha Del Fabro, com quem trabalhou durante a década de 90. Nessa época deixou de ser treinador, passando a atuar como comentarista esportivo. Antes da decisão, contava com duas propostas, a primeira para treinar por três meses e a segunda, que acabou optando, ser comentarista em uma rádio de Caxias do Sul. Com isso garantiu estabilidade para sua família.
“Ele é pilhado como eu sou. Estava ao lado do Jotha, eu não sabia o que ia falar, quando eu entro, ele tá narrando a coisa, e falo no meio da narração, ele só olhou pra mim e eu pensei, bah fiz M. Até eu aprender a pausa da voz, os macetes, ele me suportou, obrigado Jotha”, contou.
Durante certo período, Tite foi treinador do Veranópolis (RS) e do time da empresa Marcopolo. No sábado fazia os jogos do amador, e domingo partia para o profissional. Mesmo nesse período continuou estudando, o que auxilio em suas conquistas futuras.
Relação entre futebol e medicina
A organização da palestra contou a com a participação de membros do curso de Medicina da Unisul. Dessa forma, Tite se dirigiu aos acadêmicos do curso, falando sobre a importância da prática no meio esportivo. Destacou dois acontecimentos.
Durante a final do Campeonato Gaúcho de 2000, quando sua equipe, o Caxias, enfrentaria o Grêmio, Tite só contava com um goleiro disponível, que para piorar, não estava 100%. O arqueiro Gilmar Dal Pozzo tinha fratura em um dos dedos da mão, e com o membro imobilizado foi para o jogo, não sofrendo gols e contribuindo para a conquista do único título gaúcho da equipe.
O outro caso envolveu o lateral Filipe Alvim. O jogador já havia sentido problemas em outras equipes, mas no Corinthians, comandado por Tite, e na última rodada do Campeonato Brasileiro de 2004, sentiu novamente a falta de ar, saindo da partida. Inicialmente Tite não queria tirá-lo do jogo, mas com a insistência do médico, aceitou. O atleta foi diagnosticado com arritmia cardíaca, sendo obrigado a encerrar sua carreira, na época com apenas 26 anos.
Família
Logo após vencer o Chelsea por 1 a 0 e tornar-se campeão mundial, antes da comemoração com o grupo de jogadores, Tite pegou a taça e levou para o quarto onde estava sua família. O gesto mostra que a vitória não veio sozinha. Ainda sobre a conquista, o técnico mostrou o vídeo que foi apresentado aos jogadores do Corinthians antes da final de 2012. O material continha depoimento de familiares dos atletas e do próprio Tite.
“Família não dá motivação, família dá segurança”, afirmou.