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"Vim de Tubarão agora, gasolina a R$ 3,29 lá", contou, espantado, um ouvinte da Rádio Som Maior no começo da tarde desta quinta-feira. 16. "Não entendo essa diferença toda em relação a Criciúma", apontou. De fato, o preço mais em conta por aqui está pelo menos uns R$ 0,40 além dessa cotação de Tubarão.
"A gasolina não está mais causando preocupação para o Procon, o preço baixou muito. Antes da pandemia encontrávamos gasolina a R$ 4,40, hoje encontramos a R$ 3,69", afirmou o coordenador do Procon Criciúma, Gustavo Colle, fazendo a comparação da cidade em relação a ela mesma. "Em outros municípios está mais caro, em Florianópolis por exemplo, constatamos que Tubarão está um pouco abaixo, tudo depende da variação do custo operacional de cada estabelecimento", observou.
Na última segunda-feira, 13, um posto foi fechado pelo Procon em Florianópolis. "O Procon de Florianópolis fechou um posto por praticar preço abusivo, eles entraram com liminar e no mesmo dia o posto reabriu. É uma questão de livre comércio, o Procon não pode fechar o posto por achar que o preço está abusivo, temos que ter muita cautela", comentou Colle. No caso da Capital, o posto, na área central, estava com uma margem de lucro superior a 35%, quando até 20% se considera tolerável. "O que sempre fizemos é verificar se tem preço abusivo pelas notas fiscais e documentos, foi o que fizemos em 2018 e 2019 quando conseguimos controlar o preço do combustível em Criciúma. O reflexo foi positivo", referiu o coordenador do Procon Criciúma.
Os preços em Criciúma
Em um giro por postos de Criciúma no começo da tarde desta quinta, a reportagem do 4oito percebeu mínima diferença. Oito postos foram verificados, e sete deles cobravam o litro da gasolina comum a R$ 3,77, com diferenças apenas nos décimos, entre 5 a 9. Um dos postos da Avenida Centenário estava cobrando R$ 3,79.
"Pelos postos que conhecemos, a oscilação está mesmo entre R$ 3,75 e R$ 3,85", ponderou o empresário Beto Benedet, proprietário de um posto ao lado do Terminal da Próspera, que está cobrando R$ 3,77 pelo litro do combustível. A pandemia de Covid-19 impactou diretamente a venda dos postos. "No começo, tivemos uma redução de até 70% nas vendas. Hoje estamos em torno de 60 a 70% do volume de vendas normal", acrescentou. "Depende da localização. Tem postos da região do Pinheirinho que sofrem mais perdas por causa das aulas suspensas, em outras regiões depende das áreas industriais e de comércio", apontou.
Guerra nas cidades
Sobre a comparação com outras cidades, Benedet reconhece que há. "Mas é muito sazonal", sublinhou. "Tem cidades com guerras de preços, margem abaixo de R$ 0,20, vendendo a R$ 3,40 ou R$ 3,50 o litro. E tem várias cidades com gasolina próxima dos R$ 4 ou até mais o litro, R$ 4,10 e R$ 4,15", constatou.
O empresário chamou a atenção para a base de cálculos para impostos que o Governo do Estado emprega em Santa Catarina com um agente de encarecimento do combustível. "A base de cálculo do governo tem baixado muito pouco, o Governo do Estado reduziu um pouco, a base é de R$ 4,32, todos os impostos, PIS, Cofins e ICMS são cobrado sobre valor de R$ 4,32. Essa redução da base de cálculo tem que ser urgente, e poderia trazer uma redução imediata. Se trabalharmos com preço médio de R$ 3,80 para cobrança de impostoso, só o ICMS reduziria em R$ 0,15 no preço da gasolina", exemplificou.
