Há três anos, ter uma incubadora de startups no Centro Tecnológico Satc (CTSatc) era apenas um sonho. Mas em julho de 2019, com quatro startups que apostaram na ideia, o sonho se concretizou e foi inaugurado o Colearning. Ousado, o projeto surgiu como um impulsionador de novos negócios. Atualmente, incuba 21 startups e já alcançou R$ 3.5 milhões capitaneados em investimentos.
O Colearning iniciou com quatro empreendedores e uma metodologia diferente e inovadora. Com um ano de funcionamento, o espaço passou de quatro para 12 startups incubadas. Nesta época, o faturamento era de R$ 175 mil. Mas os números não pararam de crescer. Em 2022, as startups alcançaram quase R$ 2 milhões em faturamento. Hoje, além das 21 empresas incubadas, mais duas estão em fechamento de contrato e outras quatro em fase de negociação.
Ao todo, 27 startups já passaram pela incubadora. Algumas estão lá desde o início até hoje. Uma delas é a Elicencie, que é uma das quatro citadas anteriormente. A ideia de negócio consiste na criação de uma plataforma para o controle e gestão de licenças ambientais. A engenheira ambiental e CFO da startup, Émilin de Souza, explica que é um sistema inteligente que facilita a organização de documentos para empresas de todos os portes.
"Na plataforma, o consultor ambiental ou a empresa que trabalha na área cadastra as licenças, as condicionantes, e controla a questão de prazos, vencimentos, alertas e projetos. Nosso foco é a otimização de tempo para que o profissional possa focar em outras atividades", detalha a engenheira.
Há três anos no mercado, a Elicencie iniciou este mês de julho margeando a marca de 130 clientes e atuando em 20 estados brasileiros. Crescimento, segundo Émilin, que é resultado da união de forças de uma equipe engajada e o suporte completo do Colearning. "A incubadora nos deu estrutura, orientação, capacitação, direcionamentos, indicação de profissionais e networking. Tudo o que precisávamos para alcançar resultados tão surpreendentes", completa.
Resultados positivos para startups também em fase de inicialização
Não são apenas as startups com mais de três anos de funcionamento que alcançam resultados positivos no Colearning. A Zero.ai foi incubada há sete meses. Mas foram os sete meses que o CEO, Hyan Dias, mais viu a empresa crescer.
"Sinto que a startup teve um amadurecimento gigantesco nesses últimos meses. Já temos clientes e rede de networking, mas além dos ganhos financeiros, ganhei uma nova visão enquanto empreendedor, que me fizeram agir de forma mais assertiva e agressiva para alavancar o negócio", afirma Dias.
A Zero.ai gerencia planos estratégicos de times de marketing, atuando desde a etapa de atração de cliente, convencimento até o processo de compra. "Coletamos informações e criamos um banco de dados com métricas, previsões de modelagens de clientes e leads, gerando previsões dos resultados das campanhas, através da inteligência de dados", detalha.
Para o CEO, a imersão em um ambiente que respira inovação também gera motivação e fortalece o espírito empreendedor. "Eu olho para o lado e vejo outros empreendedores que fazem as coisas acontecer e aquilo me inspira, me motiva. A gente aprende juntos, constrói juntos. E isso mudou minha realidade de fazer as coisas", enaltece.
Meta é duplicar número de startups incubadas
O Colearning presta mentorias e ajuda empreendedores a transformarem ideias promissoras em negócios. A incubadora faz parte do programa de inovação do CTSatc. De acordo com o host do Colearning, Vicente Varela, a meta é duplicar o número de startups nos próximos dois anos.
"Logo teremos mais startups faturando aqui dentro, movimentando nosso ecossistema e dando mais gás para outros negócios que estejam iniciando. Nosso trabalho é estimulá-los para que cresçam e levem cada vez mais adiante o espírito de que inovar e empreender é o que transforma o futuro da sociedade", assinala.
Já para o pró-reitor de pesquisa e inovação do CTSatc, Luciano Bilessimo, além de fomentar o empreendedorismo, a incubadora reforça o papel educacional da Satc. "Muitas das startups são de acadêmicos que estão dentro da nossa instituição, que estudam aqui e encontram a possibilidade de criarem seus próprios negócios", reforça.
Além disso, o pró-reitor garante que o Colearning estreita os laços com as indústrias da região, já que muitas encontram nas startups as soluções para problemas existentes no mundo dos negócios.