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Embate entre Governo de SC e OZZ preocupa trabalhadores do Samu

Servidores e representantes da empresa e do Estado se reunirão na tarde desta quinta-feira

Por Paulo Monteiro Criciúma - SC, 11/02/2021 - 10:01 Atualizado em 11/02/2021 - 10:02
Foto: Divulgação
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O embate entre o Governo de Santa Catarina e a OZZ Saúde, empresa responsável pela administração do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no estado, continua. De um lado, o Estado alega estar cumprindo sua parte em relação ao contrato de licitação e, do outro, a empresa afirma que os valores não são os suficientes para o desempenho das atividades. Enquanto isso, os trabalhadores do Samu seguem preocupados em relação aos salários e a qualidade do serviço.

Uma das maiores preocupações por parte dos servidores é a possibilidade de desligamento do sistema digital que permite o atendimento e registro das ocorrências. Um dos representantes da OZZ, Diego Ramos, afirma que o desligamento ainda não foi confirmado, já que a empresa que desenvolve o sistema permitiu mais alguns dias até a consolidação de uma negociação entre o Governo do Estado e a empresa.

O secretário de Saúde de SC, André Motta Ribeiro, destaca que há muitas “informações” que permeiam a relação com a OZZ que não são verdadeiras, apesar de veiculadas. Em entrevista à Som Maior na manhã desta quinta-feira, 11, André destacou o posicionamento do Governo do Estado.

“Estamos em discussão com a OZZ desde o ano passado, em relação a adequação e obrigações da empresa, que já foi notificada várias vezes. Demos os reajustes contratuais no ano passado, como era justo para a empresa. Mas ela tem obrigações contratuais e infelizmente as empresas utilizam de alguns momentos mais delicados como esse para impor certas vontades e discutir questões não discutíveis. O contrato é claro e foi assinado há mais de dois anos. Temos discutido soluções, mas não há corte de sistema. O Estado chamou a empresa que faz a gestão do 192 para resolver o assunto”, colocou o secretário.

Advogado representante de vários profissionais médicos de Santa Catarina ligados ao Samu, Henrique Alves ressalta que as problemáticas referentes à administração do Serviço em SC vem se arrastando desde 2015. Na época, no entanto, os problemas não eram tão severos quanto são hoje, de acordo com o advogado.

“Com a OZZ estamos tendo problemas cada vez mais graves, como a situação de falta de pagamento a fornecedores, de limpeza e manutenção de equipamento, o que é de suma importância. Agora com essa questão de oxigênio, há também uma situação da central de regulação com possível paralisação do sistema, o que traria uma situação caótica para a população e médicos da central”, declarou o advogado.

Na tarde desta quinta-feira, sindicatos de Saúde de SC estarão reunidos com o secretário André Motta e, também, com representantes da OZZ para discutir o assunto. Segundo Henrique, essa é a primeira vez que uma reunião entre os dois lados e os trabalhadores do segmento pode ser realizada, já que nas demais ocasiões um dos representantes sempre acabava faltando.

“A reclamação que ouvimos sempre é de que: de um lado, o Estado não está pagando. Quando falamos com o Estado, ele fala que já pagou. É um emparedamento, um diz que pagou o outro que não recebeu e isso vai caindo no colo dos profissionais e da população, que seguem sempre na mesma situação”, disse Henrique. “Existe a obrigatoriedade de cumprimento do contrato sob pena. Se há pelo Estado uma ausência de reequilíbrio financeiro, a OZZ vai e rompe o contrato e entra com uma ação contra o Estado. Mas se não há o cumprimento das cláusulas contratuais pela OZZ, o Estado tem que romper o contrato e não passar a mão na cabeça”, completou.

A possibilidade de uma queda no sistema digital do Samu acabaria acarretando em um grande transtorno para o Serviço e, também, para a população. Isso porque, segundo Henrique, sem o sistema a ficha passaria a ser ser manual - o que atrasaria uma série de ações.

“Não dando para fazer essa ficha online, você fica sem um sistema e acaba gerando um grande transtorno, retornando as ambulâncias. O que faríamos em 5 minutos, vamos fazer em 20 ou 30”, pontuou.

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