Quando falamos em família e negócios, também é preciso saber a hora de fazer o planejamento sucessório para empresas familiares evitando, assim, os conflitos. Segundo o IBGE, 90% dos empreendimentos no Brasil são empresas familiares.
De acordo com o desembargador Raulino Jacó Bruning, com o resultado das suas experiências, muitos são os problemas que os empresários enfrentam como pandemia e concorrência. A recomendação é que se resolva o conflito a tempo. “Se for deixar para amanhã pode ir no inventário e custa caro, o inventário de quem tem bom patrimônio é muito caro”, destaca o desembargador.
A holding familiar está entre as possibilidades. “Pode ser uma boa para algumas situações, em vida se for fazer é um custo muito baixo, tem vários caminhos para fazer essa transferência, em vida é bem mais barato, menos da metade”, comenta Bruning.
Ainda de acordo o desembargador, não é uma boa opção deixar para uma briga judicial. “Somos movidos por emoções, as pessoas custam a passar o bastão, é compreensível. Eu escuto muito as pessoas falando que pais não querem passar para os filhos, é uma herança nossa, mas precisamos repassar”, explica.
A empresa, a família e a sociedade são três esferas de influência na hora de decidir. “Elas não podem se meter demais na outra, mas também nem tão separadas como se uma não tivesse nada a ver com a outra”, diz o desembargador.
O principal ponto de atenção, segundo o desembargador, é criar uma estrutura com conselhos e códigos de procedimentos de família. “Se deixar sem regras, as decisões vão ser tomadas no final de semana durante um almoço e nem todos os interessados estão presentes e isso é horrível”, esclarece Bruning.