Quando o quarteto formado por Vicente Lenílson, Edson Luciano, André Domingos e Claudinei Quirino entraram na pista de atletismo em Sidney no dia 30 de setembro de 2000, a grande maioria dos alunos do Colégio Marista não era nascida. Naquela mesma prova, a equipe brasileira conquistou a prata das Olimpíadas no revezamento de 4x100 metros.
Apesar de dificilmente se recordarem do feito dos atletas brasileiros, eles tiveram a oportunidade de conhecer de perto duas daquelas feras. Quirino e Luciano estiveram na manhã de ontem na escola para conversar com os alunos. “Eu não conhecia eles. Foi muito bacana. Essa proximidade com esses campeões é uma atividade diferente daquela que temos na escola”, revelou o estudante Pedro Hoffmann.
Hoje, Quirino não disputa mais provas. A última corrida foi em 2005. Se conquistar novas medalhas para o Brasil não é mais um dever para o ex-atleta, a tarefa hoje em dia espalhar por todo o país os ensinamentos que a pista de atletismo lhe proporcionou.
A medalha da vida
Além da prata em Sidney, foi dele um bronze nos 200 metros no Mundial de Atletismo em Atenas e outra prata no 200m e um bronze no 4x100 metros no Mundial de Sevilha e outros tantos títulos. Porém, antes das conquistas, Quirino precisou vencer na vida. Logo aos dois anos de idade ele e um irmão perderam a mãe e foram morar em um orfanato, onde o ex-atleta ficou até os 17 anos e onde conheceu o atletismo.
Essa história, Quirino viaja o Brasil inteiro contando. Ao aceitar o convite de Edson Luciano, Rielf Ribeiro e Kintsia Ribeiro, idealizadores da 3ª Meia Maratona Caixa Criciúma, para ser padrinho da prova neste ano, aceitou também o desafio de conversar com os alunos do Marista. “Quem me vê, enxerga um grande campeão, mas não adianta nada ter as medalhas no peito se você não vence na vida”, disse o velocista. “Se eu cheguei onde cheguei com todas as dificuldades que tive, vocês podem ir mais longe”, afirmou Quirino.
O padrinho da 3ª Meia Maratona revela que hoje, um dos grandes prazeres de sua vida é poder inspirar pessoas, principalmente com a juventude. “As crianças estão abertas a tudo. E nosso trabalho é sempre levar a positividade. Falar das dificuldades que a gente tem, mas todo mundo pode vencer na vida. Gosto de mostrar pra elas que ninguém nasce um campeão ou um super-herói. Se as pessoas alcançam seus objetivos é porque se dedicaram muito e conseguiram”, frisou Quirino.