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A suinocultura independente está em crise no Brasil há, pelo menos, 15 meses. De acordo com o secretário de Agricultura de Braço do Norte, Adir Engel, este ano está sendo um dos piores, o que fez com que os produtores agendassem um protesto na próxima terça-feira, às 9h30, na Igreja Matriz da cidade, onde distribuirão a carne de porco produzida.
"Hoje, o custo de produção para um animal gira em torno de R$ 8 o quilo e o produtor está recebendo na nossa região em torno de R$ 4,70. Isso realmente é uma situação muito grave, o produtor está pensando em abandonar a atividade e está endividado", explicou Engel, em entrevista ao programa Ponto Final, da Rádio Som Maior, dessa terça-feira, 22.
Um dos objetivos com a manifestação é sensibilizar o Governo do Estado para que seja zerado o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a carne suína. Atualmente, a alíquota está em 6%. Além disso, o preço dos insumos para a produção também é um dos causadores da crise da suinocultura.
Em entrevista ao programa Adelor Lessa, da Rádio Som Maior, desta quarta-feira, 23, o secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Altair Silva, comentou que essa redução solicitada pelos produtores não vai acontecer de uma hora para outra.
"O ICMS era de 12%. Por meio de uma articulação entre a Assembleia Legislativa e o Governo do Estado, na Reforma Tributária, nós ajustamos para 6% e só pode mudar perante uma nova lei. Não haverá um aumento de 6 para 12%. O Governo não pode reduzir de 6 para 0% sem mandar um projeto para a Assembleia Legislativa, que tem a sua tramitação legislativa normal para que mude essa alíquota. Ela não pode ser mudada por decreto, somente por lei", afirmou.
Mesmo assim, o secretário estadual vê com bons olhos a manifestação organizada para a próxima terça. Além disso, ele falou sobre o que levou a suinocultura independente a essa crise, que se arrasta há alguns meses:
"Eu vejo esse protesto como positivo. Os suinocultores estão em crise. Ela está em prejuízo porque não consegue competir em escala e, principalmente, pela elevação do custo dos insumos, especialmente o milho. O mercado da suinocultura não acompanhou a elevação dos custos de produção, ou seja, os preços no mercado se mantiveram e os preços dos insumos dispararam", justificou Silva.
Ouça a entrevista completa:
