Após reações intensas em Criciúma, o anúncio da Dexco é de que a antiga cerâmica Eldorado, na Quarta Linha, não será fechada, mas haverá remanejamento de funcionários - e demissão de aproximadamente 100 -, a partir de 1° de agosto. Em documento entregue ao Sindicato dos Ceramistas, na tarde desta segunda-feira (31), a empresa diz que a decisão considera "a retração da demanda de mercado e nível de estoque no setor de revestimentos cerâmicos".
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Na prática, segundo o anúncio da Dexco, as linhas de produção, operações de fornos e retíficas que ficavam na antiga cerâmica Eldorado, chamada de RC2, serão concentradas na unidade da BR-101, no São Domingos, identificada por RC1. No pavilhão da Quarta Linha, serão mantidas apenas a oficina e a expedição da empresa.
"Eles [direção da Dexco] não conversam, apenas impõem. Só vieram comunicar a negociação, sem abrir para discussão", afirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Ceramistas, Itaci de Sá. "Nós colocamos a nossa posição de que na verdade, é uma balela. Eles só não querem que tenham o 'boom' das demissões", acrescenta.
A empresa informou, inclusive, que haverá um serviço de acolhimento aos colaboradores desligados. "A gente lamenta mais uma unidade do grupo Dexco fechada. São cerca de 100 demissões e podem ter mais. São famílias que vão ficar sem pão na mesa. E muitos desses funcionários, certamente, são trabalhadores antigos, com 10, 15, 20 anos de atividade. Infelizmente, é assim", pontua De Sá.
Eduardo Francisco de Souza, responsável pelas Relações Trabalhistas e Sindicais da Dexco, participou da reunião com o Sindicato dos Ceramistas, mas preferiu não dar entrevista sobre o assunto.