Registradas com frequência pelo Banco Central, as denúncias sobre tentativas de golpes em empréstimos consignados afetam, principalmente, aposentados do INSS. Os golpistas utilizam diferentes meios para entrar em contato com as vítimas, WhatsApp, ligações e e-mails são os mais comuns. Apesar de complicado, o processo pode ser revertido. Entenda como o golpe pode ser aplicado.
Em muitos casos, a pessoa está se aposentando e, antes de tomar conhecimento disso, já existe um consignado ou uma oferta de consignado no nome dela. “Se aposentar é um processo que envolva o poder público, então, demora. Você dá entrada, tem documentação e é só aguardar. Demora uns dias. Esse processo vai para Brasília e entra no banco de dados da Previdência Social, que é o Dataprev”, explica o jornalista Arthur Lessa.
Segundo o profissional, existem várias maneiras possíveis de acontecer o vazamento que gera o golpe. Mesmo não havendo nenhuma informação oficial, Lessa cita duas maneiras principais: hackeando o Dataprev – empresa responsável pela gestão da Base de Dados Sociais Brasileira – ou subornando um funcionário que tenha acesso aos dados.
“Mesmo o governo sendo bastante arcaico com as questões tecnológicas, as de segurança não são tão arcaicas, mas, normalmente, é um site relativamente seguro do Governo. Além disso, pessoas humanas trabalham lá. Então tem muita gente com acesso aos dados do Dataprev. Os golpistas podem chegar nessas pessoas e oferecer uma propina pelo relatório dos novos aposentados”, exemplifica.
Com os dados em mãos, os golpistas encontram brechas no sistema para, com o nome de outra pessoa, dar entrada nos empréstimos consignados. Dessa forma, é possível pegar um empréstimo, enquanto o dono do CPF paga as parcelas. “A pessoa pegou um empréstimo consignado, colocou em outra conta e você paga todo mês as parcelas”, conclui.