Até os 15 anos de idade, Erika Linhares tinha uma vida de "luxo" em Minas Gerais: filha de pais ricos, com uma ótima casa e uma boa situação econômica. De um dia para o outro, seu pai vai a falência e a vida luxuosa acaba virando de cabeça para baixo. Então surge um tempo de reinvenção para ela e sua família: seu pai começa um novo empreendimento, e ela vai de sacoleira a uma grande empreendedora.
Em entrevista ao 60 minutos desta quinta-feira, 18, Erika contou sua trajetória como empreendedora, mostrando como a pedagogia o ajudou a seguir em frente com a vida.
Foi na situação de ter que ver sua mãe, doente, tendo que vender cachorro quente e empurrar o carrinho pela cidade com dor após a falência, que Erika percebeu que não tinha espaço para sentimentos ruins e lamentações. "Quando vi a reação de meus pais, vi que tinha que trabalhar. Me resta trabalhar. Na vida você tem que se reinventar, muitas vezes você não é culpado pelas coisas que acontecem com você, mas sempre somos responsáveis por resolver", disse.
De sacoleira, no mercado informal, Erika foit rabalhar na prefeitura - onde contribuiu para o recorde de arrecadação do sistema. Após a passagem pelo cargo público, ela decidiu que iria para o setor privado - e teve de começar tudo novamente. "Começo então como atendente de loja, de chão de fábrica, no que veio a ser a Tim. Então termino minha jornada no sistema privado, antes de ser empreendedora, como diretora de vendas do Brasil inteiro de uma empresa de tecnologia predominantemente masculina", ressaltou.
Erika destaca que usou a sua formação em pedagogia e a técnica para educar e ensinar para crescer como empreendedora. Fundadora da empresa B-Have, que trabalha com o desenvolvimento de melhores comportamentos de pessoas do mundo corporativo, a fim de uma maior produtividade, ela ressalta a importância de conquistar a confiança do chefe e ter uma boa relação com todos dentro de uma empresa - algo essencial para que tudo funcione bem.
"O mundo corporativo é diferente do da casa. Ali tem que se exercitar empatia, respeito e tolerância, porque vai conviver com gente de todos os tipos, dos mais mal humorados aos mais extrovertidos. É preciso lealdade ao chefe e a empresa em que, mesmo que não concordado em fazer algo que não vá ferir seus prinípios, se comprometer a fazer pelo melhor da empresa. Quando vocè entender que você é fruto de um coletivo, vai aprender a importância de se somar aos funcionários", declarou.
#NOMIMIMI
Além de fundadora da B-Have, Erika também é responsável pelo movimento #NOMIMIMI. A empreendedora destaca que muitos percebem que o mundo coorporativo é chato e, por isso acabam encarando isso com um grande peso. O #NOMIMI é um movimento para que as pessoas se permitam ser mais prósperas dentro do mundo empresarial.
"É para que as pessoas entendam que dá para ser feliz e próspero trabalhando. Se você encarar de uma forma prática objetiva e tirar mimimos do preconceito, ser tolearante, não invejosa, ser alguém que respeito o próximo - com certeza será mais feliz e próspero", pontuou.