A tragédia registrada na Escola Infantil Aquarela, localizada no município catarinense de Saudades, que resultou na morte de três crianças e duas funcionárias, despertou mais um alerta em relação à segurança em espaços públicos de educação. Especialista no tema e ex-policial federal, Edgar Lopez aponta para uma fragilidade na segurança de escolas públicas que, se bem tratadas, podem ajudar a minimizar efeitos de atentados.
Segundo Edgar, a segurança de uma forma geral é muito precária no Brasil, o que acaba se refletindo também no âmbito das escolas. No entanto, o especialista afirma que o que aconteceu em Saudades é um ponto fora da curva.
“Fica impossível prever todos os casos como esse [em Saudades], onde a pessoa tem um surto. Talvez, com atenção maior e pessoas capacitadas com treinamento inicial de segurança de instalações, isso poderia ter sido amenizado. Não estou dizendo que seria possível aniquilar esse atentado, feito de maneira tão repentina, mas talvez com pessoas mais bem preparadas tivéssemos um êxito maior na segurança em escolas públicas, principalmente infantis”, pontuou.
Como ter mais segurança
Atualmente suplente de deputado, Edgar trabalhou em um projeto com o objetivo de mapear as escolas mais deficitárias, que mais sofrem violência. A ideia é de que projetos de segurança fossem construídos por organizações, usando mão de obra do exército, e que a segurança interna fosse feita por pessoas especializadas formada pelo estado.
“A partir do momento que, naquela cidade, são detectados jovens com esse perfil violento, é necessário sim que a polícia fique mais atenta. Que a escola tenha um certo cadastro e registro de seus alunos e ex-alunos que passaram por situações como essa, com antecedentes”, comentou.