Ainda nesta semana, os ceramistas rejeitaram a proposta patronal e, após o fim de seis assembleias, aprovaram o início da greve do setor, a qual está marcada para acontecer neste sábado, 20. O Sindicato das Indústrias de Cerâmica do Sul de Santa Catarina, no entanto, vem trabalhando para que a mobilização não prossiga, e conta com uma reunião marcada para a tarde desta sexta-feira.
De acordo com o presidente do Sindiceram e diretor de Relações Institucionais da Eliane, Otmar Müller, o setor está atuando preventivamente frente a decisão dos ceramistas. Segundo Otmar, o próprio início da greve ainda é algo que gera dúvidas.
“Até essa afirmativa de que haverá greve julgamos um tanto quanto precipitada, porque não é o clima que percebemos dentro das fábricas. Quem faz greve são os trabalhadores, a própria expressividade da aprovação da greve foi limitada, nós reconhecemos a legitimidade da greve e sua legalidade, mas ali presentes estiveram menos de 15% da população que é abrangida pela negociação”, disse.
A proposta patronal, rejeitada pelos ceramistas, envolve a redução do adicional noturno de 30% para 20%, redução da hora extras em feriados de 100% para 50% e, também, um ajuste no abono de férias. As negociações entre o sindicato patronal e laboral contaram, ainda, com a mediação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
“Achamos também precipitadas as ideias. Em face do impasse na negociação, com alguns itens bastante complexos para se decidir, solicitamos a intervenção do TRT para promover uma mediação entre as partes, e através dessa tentar chegar a um acordo nos pontos mais polêmicos”, pontuou Otmar.