Cenas de superlotação continuam sendo vistas no transporte público urbano de Criciúma. Atualmente, por conta do decreto estadual restritivo da pandemia da Covid-19, os veículos podem circular apenas com 50% de sua capacidade total. A situação, no entanto, acaba gerando problemas tanto para os passageiros quanto para as empresas de ônibus.
De acordo com o analista financeiro da Associação Criciumense de Transporte Urbano (ACTU), Vilson Amaral, as empresas estão fazendo de tudo para atender os clientes enquanto seguem os decretos. Ainda sim, algumas situações acabam fugindo do controle e abrindo um dilema: atender o passageiro ou cumprir a regra?
“Estamos entre a cruz e a espada, ou transporta todo mundo ou deixa muita gente na parada”, disse Vilson. “Para atender esse decreto você acaba deixando muitos clientes esperando na parada, o que gera muitas reclamações”, completou.
Em Criciúma, a linha troncal, amarelinho, está apta para funcionar com 21 passageiros em pé e 21 sentados. No entanto, Vilson relata uma grande dificuldade por parte dos motoristas que, ao mesmo tempo que precisam prestar a atenção no trânsito, também têm que se preocupar com a entrada e saída de pessoas.
“Muitas vezes não tem como estar controlando isso durante a viagem. Nos três terminais da cidade, Pinheirinho, Amarelinho e Próspera, existem fiscais que fazem a contagem dessas pessoas no momento do embarque dentro do veículo. A partir daí se torna um pouco difícil porque fica só na mão do motorista tentar controlar isso”, apontou Vilson.
O analista destaca ainda que o ideal seria de fato dobrar a frota para que pudessem atender todos os passageiros, sem deixá-los na parada, enquanto respeitam o limite de 50% exigido pelo decreto estadual. Mas isso acaba esbarrando na falta de frota e, também, no custo operacional necessário.