O futebol marca o imaginário de gerações. Algumas são tão fortes que permeiam a cabeça até de quem não as vivenciou, como é o caso do Tigre campeão da Copa do Brasil de 1991. Outras remetem a uma época que deixou saudades na memória do torcedor. Entre 2002 e 2003, nomes como Fabiano, Roberto Volpato, Paulo Baier, Douglas, Cléber Gaúcho e Dejair entraram para a história de um Criciúma emergente no cenário nacional, com acesso na Série B e campanhas sólidas na Série A.
Foi nesse time que Juca chegou ao Sul catarinense e catapultou uma carreira que o fez conhecer o interior de São Paulo, o Rio de Janeiro, Belgrado, capital da Sérvia, e La Coruña, cidade litorânea do norte da Espanha.
Hoje fora das quatro linhas, o ex-meia do Tigre busca por meio dos estudos alavancar uma nova carreira de sucessos: primeiro como técnico das categorias de base, mas sem abrir mão de alçar voos maiores no futuro, sem apressar o passo.
Atualmente técnico das categorias de base do Ceará, o ex-jogador concedeu uma entrevista ao Portal 4oito, relembrou os tempos no Tigre e no Sul catarinense, as passagens pelo Partizan e Deportivo, e a trajetória fora das quatro linhas.
- Fizeste parte de um bom momento do Criciúma, com acesso e manutenção na Série A. O que tu lembras daquele período no Tigre?
Aquele momento pra mim foi importantíssimo inclusive para sequência da minha carreira,pois era a primeira vez que eu saia do clube que me projetou o Inter mas foi no Criciúma onde eu realmente me senti um jogador profissional.Tínhamos uma equipe fortíssima.
- O que representou a passagem pelo Criciúma para a tua carreira?
"A minha ida para o Criciúma foi uma das decisões mais importantes da minha carreira, lembro até hoje o Sr Moacir Fernandes anotando em um guardanapo as condições do meu contrato..."
- Depois tu jogaste em grandes clubes do Brasil e tiveste passagem pela Europa. Como foi jogar o campeonato espanhol pelo La Coruña?
"Minha passagem pelo Criciúma me abriu muitas portas e logicamente o título da série B me ajudou a alavancar a minha carreira. Tive o prazer de jogar no Partizan Belgrado da Sérvia onde fui muito feliz e também no (Deportivo) La Coruña da Espanha, que na época disputava a melhor liga do mundo. No Brasil já havia atuado ao lado de grandes estrelas como Romario e Edmundo e na Europa tive o privilégio também de atuar contra grandes estrelas mundiais como Messi, Cristiano Ronaldo e Ibrahimovic. Enfim, só tenho a agradecer pelas oportunidades que eu tive".
- Tens acompanhado o Criciúma? Como tu vês os momentos difíceis que o clube viveu nos últimos anos?
"Sempre acompanhei o Criciúma, tenho um filho nascido aí, é uma cidade que me acolheu me acolhe muito bem e por isso torço bastante para que as coisas aconteçam de forma positiva. Acredito que hoje o clube esta se reestruturando novamente com profissionais sérios e competentes, espero ver em pouco tempo o clube voltar a jogar as competições mais importantes do nosso país".
- Como foi a transição de parar de jogar futebol e começar a trabalhar fora das quatro linhas?
"Decidi parar de jogar em 2014 e desde então venho me preparando para me tornar técnico de futebol. Conheci muita gente legal que me ajudou muito, tive o prazer de passar pela base de grandes clubes como Ceará, Inter e Corinthians e também pelo profissional do Resende/RJ. Hoje estou de volta como técnico da categoria sub 17 do Ceará.
Vejo como fundamental solidificar meu caminho através das categorias de base, também conclui a licença B da CBF Academy e pretendo este ano ainda finalizar a licença A, o que me possibilitaria dirigir qualquer equipe profissional".
- Como tu avalias o momento técnico e tático do futebol brasileiro? Na tua opinião, há uma crise dos técnicos de futebol do país?
"Acredito que existe uma safra muito boa de técnicos jovens pedindo passagem mas vejo como fundamental o conhecimento que os mais experientes possuem e espero contar com eles para continuar me desenvolvendo como técnico de futebol".
- Qual teu objetivo profissional nos próximos anos?
"Tento sempre dar um passo de cada vez, sei que é uma profissão que te exige muito e para isso preciso estar bem preparado, para quando chegar meu momento em alguma equipe profissional eu consiga ter êxito".