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O ato de racismo presenciado no Majestoso durante o jogo entre Criciúma e Ponte Preta, na última sexta-feira (15), pela 18º rodada da Série B do Brasileiro, segue repercutindo e, desta vez, envolve o jurídico do clube, que detalhou as providências tomadas após o crime. Conforme os advogados, o time pode ser punido em virtude da situação.
Segundo a advogada do Tigre, Samira Zambrano, os dois infratores já foram identificados. "Agora, iremos protocolar um ofício junto ao Conselho Administrativo, que é o órgão que vai julgar e analisar a possível exclusão, ou não, do quadro societário, pois as duas condutas foram feitas por sócios do clube", explica.
O ato serviu como um alerta para a conscientização contra o racismo. "Agora, iremos começar com várias ações. No próximo jogo, teremos faixas e folders, juntamente com a Ordem dos Advogados do Brasil (AOB). Foi um ato isolado, a primeira vez que isso ocorre. Lamentável. Não faz parte da nossa torcida", acrescenta a advogada.
Punições para o Criciúma
Apesar da mobilização após o ato criminoso, o clube pode sofrer punições. "Primeiro, vai haver uma denúncia do STJD e, possivelmente, o Criciúma pode ser denunciado no Artigo 243-G e, também, no Artigo 213, por causa do arremesso do objeto. Como já está tendo todo esse movimento da identificação, então, não tenho dúvida que haverá denúncia. O caso é muito grave, questões de homofobia e racismo vieram para ficar, o torcedor tem que entender que os tempos são outros", detalha o advogado do Tigre, Osvaldo Duncke Sestário Filho.
O Criciúma pode, por exemplo, receber uma multa com alto valor, perder pontos e mandos de campo. "Até uma eliminação, pode acontecer, do clube. E aí, consequentemente, cair de divisão", comenta Filho. "Isso é muito grave, a gente quer conscientizar o torcedor disso. Estamos fazendo todos os esforços", enfatiza.
"Eu não acredito em uma absolvição. Alguma coisa, vai acontecer. Em relação à multa, por aí. Pode ser muito abrandada a situação. A gente espera que, com a colaboração do torcedor e com as campanhas que o Criciúma irá fazer, a gente consiga conscientizar", pontua.
Relembre o ato criminoso
O ato foi registrado na noite da última sexta-feira (15), quando o jogador Da Silva, que estava aquecendo atrás do gol, foi alvo de comentários racistas por parte de dois torcedores carvoeiros. Eles, ainda, jogaram copos de água no atleta. O tenente-coronel do 9º Batalhão da Polícia Militar (BPM), Sandi Sartor, explica como foi a ocorrência.
"Foi percebido um tumulto, assim que os jogadores da Ponte Preta foram para o aquecimento atrás do gol. Ali, iniciaram os xingamentos vindos da torcida do Criciúma. A princípio, eram de maneira não agressivas, mas, depois, um dos jogadores informou que havia sido injuriado de maneira racial por parte de um pessoa exclusivamente", relembra.
Ainda conforme Sartor, "foram duas situações extremamente pontuais. A partir deste momento, foi iniciado uma busca a imagem desses fatos para responsabilizar os autores", finaliza.
Ainda nesta semana, a campanha de conscientização em parceria com a OAB deve ser lançada.
