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“Experiência e a prática vivida são a fórmula ideal para se fazer futebol hoje em dia”

Em entrevista ao SME, Grizzo relembra sua carreira e fala sobre expectativas para o futuro

Por Clara Floriano Criciúma - SC, 16/12/2017 - 20:17
(foto: Criciúma EC)
(foto: Criciúma EC)

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Neste sábado o Som Maior Esportes (SME) teve a participação de Vitalino Adolfo Barzotto, conhecido como Grizzo, o eterno camisa 10 que é lembrado até hoje pelo torcedor como um dos melhores jogadores do Tigre.

O ex-jogador voltou ao Criciúma em 2015, trabalhando nas categorias de base do clube, já em 2016 assumiu como auxiliar na comissão técnica.  Recentemente, Grizzo assumiu interinamente, por dez dias, o comando do profissional.

Na entrevista ao SME, ele falou sobre suas expectativas para o futuro, relembrou sua carreira e falou sobre os novos talentos do Tigre. Confira:

O que você projeta para o seu futuro no futebol?

Grizzo- Tenho aprendido muito nesta função, principalmente nas bases e agora no profissional. Na base eu tive a experiência de comandar e isso é muito bom, a gente aprende muito. Já trabalhei em alguns times da segunda divisão, foi um laboratório bom também.

Eu sou mais ou menos o estilo Renato Gaúcho de ver as coisas, não sou muito estudioso. Prefiro apostar na experiência vivida e na prática. E, lógico que sou assessorado pelos estudiosos que são os fisiologistas, nutricionistas, psicólogos. Acho que essa turma tem que estudar bastante, porque trabalham com a parte tecnológica do futebol. Experiência e a prática vivida são a fórmula ideal para se fazer futebol hoje em dia. Mas a gente também tem que estar ligado na evolução.

Voltando ao início da sua carreira: quando você ao Criciúma, imaginava que faria quase trezentos jogos com a camisa?

Grizzo- Em 1988 eu tive contato e fui pro Criciúma. Quando eu cheguei eu falei: aqui é o lugar certo para jogar futebol. Eu fui vendo a estrutura, a intensidade da torcida, a pegada da cidade com o futebol.

No primeiro ano me deu um desespero, porque não dava certo, não encaixava e nós fomos para a segunda divisão. Graças a Deus chegou o Levir Culpi e o Humberto Ferreira em 1989, e arrumaram a casa.

Aí quero colocar uma situação que vejo hoje em dia: na época o Criciúma tinha um certo trauma do Joinville, algo que está acontecendo hoje. E nós conseguimos, com personalidade, com cabeça do pessoal, superar essa hegemonia do Joinville. Foi com muito trabalho, qualidade e competência. Acho que essa é a formula para que o Criciúma volte hoje ser forte e ser grande.

Na minha opinião, a torcida em geral voltou a valorizar muito o futebol de fora, os profissionais de fora. Acham que tudo o que vem de fora é melhor. Não, nós temos que ter personalidade e olhar o gigante de frente. Não ter medo. Eu acho que a autoestima do torcedor está muito baixa. É uma coisa que eu senti naquela época e que está acontecendo hoje.

Há uma mudança, periodicamente, na base. A impressão que dá é que o Criciúma ainda não definiu uma linha de atuação. De que forma isto pode ou está atrapalhando o andamento da base e a projeção de mais garotos para o profissional?

Grizzo- É uma questão muito complexa. EU posso falar que tenho profissionais competentes na base do Criciúma e estamos tentando fazer o melhor. O sub-17 é muito forte e de muita qualidade, tem bons e grandes jogadores ali. Tem competência na base. No jogo contra o Brasil de Pelotas tivemos oito jogadores revelados no Criciúma. Tivemos um bom primeiro tempo, infelizmente tomamos a virada. Mas acredito que tem que ser olhado e valorizado i que teve de bom. Nem tudo está perdido. Temos que ver as qualidades.

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