As medidas econômicas anunciadas pelo Governo Federal para amenizar o impacto nas empresas diante da pandemia de coronavírus ainda não são sentidas pelos empresários. Em entrevista ao Programa Adelor Lessa, na Rádio Som Maior, o advogado e contabilista, Edson Cichella, explicou como funcionará o pacote que injetou R$ 40 bilhões em limite de crédito para micros, pequenas e médias empresas no país.
De acordo com Cichella, o juros praticado será do valor da nova taxa selic, 3,75% ao ano, a mais baixa já registrada na história. "O valor é para cobrir a folha de pagamento das empresas em que o faturamento se enquadre entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões. O prazo é de 36 meses com carência de 6 meses", explicou. O valor cairá diretamente na conta do funcionário, sem passar pela conta da empresa.
O que falta para o valor ser liberado é a regulamentação. A expectativa é que isso ocorra durante essa semana, através de uma medida provisória. "Em seu pronunciamento ontem, o presidente do BNDES deixou claro que, infelizmente, para essa folha com pagamento não será possível que as empresas já consigam usufruir disso", comentou o contabilista. "Por outro lado, no aspecto positivo, ele deixou claro, e isso é importante, que não vai haver restrição a esse crédito, até porque essa linha é garantida pelo BNDES", afirmou.
Outra fonte de recursos anunciadas pelo governo é a liberação de mais R$ 5 bilhões para o capital de giro, exclusivamente. Esse crédito é direcionado para empresas com até R$ 300 milhões em faturamento e será liberado pelos bancos privados. "Vai ser com pagamento em 60 meses, com carência de 24 meses, com limite de R$ 70 milhões por empresa", explicou Cichella.