“Família de verdade é afeto”, define Piangers

“Quanto mais eu converso com as pessoas, mais eu vejo que família de verdade é afeto. A maioria dos casos de violência contra a criança acontece dentro de casa, por pessoas conhecidas. Isso não é família, é só uma construção biológica que existe com muita perversidade, maldade e violência”, definiu o palestrante Marcos Piangers, durante palestra na noite de ontem, em Criciúma.

Sucesso de público, principalmente para pais interessados em compartilharem experiências sobre a criação de seus respectivos filhos, o evento reuniu centenas de pessoas na sede da Associação Empresarial (ACIC). “Não podemos defender a família pela família, e sim pelo amor e pelo afeto. Uma família que é violenta e desrespeitosa não deveria ter esse nome, porque está queimando o filme de algo muito bonito e valioso, de uma construção afetuosa, carinhosa, atenciosa e preocupada com a felicidade de todos os elementos daquele grupo”, reforçou o jornalista, que ficou nacionalmente conhecido após publicar o livro “O Papai é Pop”.

Focando o bate papo em torno justamente do conceito de família, Piangers prendeu a atenção dos presentes ao evidenciar a ideia do homem como pai participativo e amoroso, diferentemente da figura pré-estabelecida no passado, do indivíduo distante que apenas paga as contas.

“É bonito ver como realmente essa geração é mais atenciosa e está se abrindo e acordando para essa nova possibilidade. Não existe família feliz em que só o pai, a mãe ou os filhos são felizes. A preocupação constante para que todos estejam bem, saudáveis e felizes é o que determina uma construção familiar. Aprendi ao longo desses anos que família de verdade não tem a ver com biologia, tem a ver com afeto, carinho, sensação de segurança e amor”, destacou.

A responsabilidade da educação é sua

Também em relação aos filhos, o palestrante foi enfático em responsabilizar os pais, e apenas eles, pela educação das crianças e adolescentes. “Não é com a babá, a sogra, a esposa, a Galinha Pintadinha, o Youtube, e não é com a escola. Isso é algo que os pais ainda não entenderam. Digo que a escola vai dar duas coisas para o seu filho: conhecimento formal e capacidade de sociabilização. Mas se a criança está mal educada, a culpa não é da escola, e nem da avó que está estragando, a culpa é totalmente sua, que precisa assumir a responsabilidade de pai”, argumentou.

“Você vai viver por 80 anos, então faz o que você quiser por 65, mas por 15 anos se dedica à missão mais importante da sua vida, que é formar um ser humano mais honesto, gentil, humano, cortês, respeitoso e mais educado. Não é obrigação da Peppa Pig educar seu filho, é a sua obrigação”, aconselhou, ainda, aos pais atentos.