Cinco títulos entram em campo na final da Copa Libertadores de 2019, que ocorre neste sábado, às 17h, no estádio Monumental de Lima, no Peru. O Flamengo, campeão em 1981, enfrenta o River Plate, tetra-campeão do maior torneio de futebol sul-americano (1986, 1996, 2015 e 2018).
Pela primeira vez na história a competição será decidida em final com jogo único, em terreno neutro. Recheado de craques e com o técnico Jorge Jesus na regência, o Flamengo chega à final embalado, depois de uma goleada acachapante sobre o Grêmio, por 5 a 0 no Maracanã na semifinal.
Já os Millonarios, como é conhecido o River Plate na Argentina, disputam a segunda decisão consecutiva do torneio. No ano passado, bateu o Boca Juniors em final polêmica - após quebra-quebra antes do segundo jogo, que seria na Bombonera, a partida foi adiada e transferida para Madrid, onde o River venceu os rivais por 3 a 1, na prorrogação. Neste ano, o time de Marcelo Gallardo eliminou o maior rival nas semifinais, depois de vencer por 2 a 0 no Monumental de Núñez e perder por 1 a 0 na Bombonera.
Flamengo e River já estão em Lima, na preparação final para o confronto. O River tem duas dúvidas para a finalíssima: o atacante Matías Suarez e o volante Enzo Perez. Já o Flamengo estará completo para a decisão.
Flamengo
O Rubro-negro chega à final da Libertadores voando baixo. Líder isolado no Campeonato Brasileiro, o Flamengo está há 25 jogos sem conhecer uma derrota. Nesse meio tempo, atropelou o Grêmio na semifinal da competição sul-americana - empate em 1 a 1 na Arena do Grêmio e goleada por 5 a 0 no Maracanã. Praticamente com os reservas, o time de Jorge Jesus bateu o mesmo Grêmio na última rodada do Brasileirão, em Porto Alegre, por 1 a 0, gol marcado por Gabibol em pênalti polêmico.
Nesta edição da Libertadortes, o Flamengo passou em primeiro no Grupo D, com 10 pontos - empatado com LDU e Peñarol. A classificação veio com sufoco, na última rodada da primeira fase; um empate sem gols contra o Peñarol, em Montevidéu. Se perdesse o confronto, o Rubro-negro seria eliminado.
Nas oitavas de final, mais um sufoco. Ainda se ambientando ao futebol sul-americano, o time comandado pelo recém chegado Jorge Jesus perdeu por 2 a 0 para o Emelec em Guayaquil. Ali foi a virada para o trabalho do treinador português; no jogo de volta, vitória flamenguista pelo mesmo placar e classificação nos pênaltis.
Nas quartas de final, o Flamengo passou pelo Inter com vitória por 2 a 0 no Maracanã e empate em 1 a 1 no Beira-rio
O Rubro-negro tem o artilheiro da competição, Gabigol, com sete gols marcados. Chega com o status de "mandante" no jogo de campo neutro, por ter campanha melhor do que o River Plate.
O Rio de Janeiro está em polvorosa com a campanha do time mais popular do estado. O Flamengo jogará apenas a sua segunda final da competição continental; a primeira foi em 1981, quando conquistou o título em cima do Cobreloa após três jogos na final.
River Plate
"Muñeco" Gallardo já é um dos maiores nomes da história do River Plate. Pelo clube, ele tem três libertadores - só o técnico tem três vezes mais conquistas da competição do que o Flamengo. O primeiro título veio em 1996, quando era meio-campista dos Millonarios. Como treinador, comandou a retomada de grandezas do River no cenário sul-americano, com o título da Copa Sul-americana em 2014 e da Libertadores em 2015 e 2018.
Neste ano, o River Plate, como atual campeão, foi sorteado no Grupo A, ao lado do Internacional, Palestino e Alianza Lima. Após um começo difícil, com três empates, o River venceu o Palestino e o Alianza Lima, empatando novamente contra o Internacional na última rodada. Passou em segundo colocado na chave, com 10 pontos - quatro a menos que os gaúchos.
Nas oitavas de final, uma pedreira: o Cruzeiro, detentor de uma das melhores campanhas da primeira fase. Foram dois empates em 0 a 0 e a classificação veio nas penalidades. Nas quartas de final, contra o Cerro Porteño, o River venceu no Monumental por 2 a 0 e empatou em 1 a 1 no Defensores Del Chaco.
Chegar à final depois de passar cambaleando na fase de grupos não é novidade para o River de Marcelo Gallardo. Em 2015, o clube teve a pior campanha da fase de grupos, cresceu nos mata-matas e foi campeão do torneio.
No Campeonato Argentino, com os titulares, o River vem de derrota em casa por 1 a 0 para o Rosario Central, partida em que Gallardo escalou força máxima. O time está na quarta colocação, com 24 pontos - um a menos do que o líder Boca.
Final sem Galvão Bueno
Voz tradicional do jornalismo esportivo brasileiro, narrador do título do Grêmio na Libertadores em 2018 e tantas outras conquistas do futebol brasileiro, Galvão Bueno está fora da decisão. O narrador da Rede Globo sentiu um mal-estar em Lima e teve que passar por um procedimento cirúrgico. Assim, Luís Roberto foi escalado pela emissora para narrar a finalíssima da Libertadores.
Polêmica do jogo único
Pela primeira vez, a Conmebol organizou a final da Copa Libertadores em jogo único. Inicialmente, a partida estava marcada para o Estádio Nacional, em Santiago. A confederação sul-americana não contava que o Chile passaria por uma crise social sem precedentes, com inúmeros protestos na capital do país.
A Conmebol demorou, mas agiu. Trocou o local do jogo, por questões de segurança. Assim, depois de declarações bancando que o jogo seria no Chile, a confederação anunciou no dia 5 de novembro, 18 dias antes da partida, o novo local do confronto: o estádio Monumental de Lima. A bola rola às 17h deste sábado.
Prováveis times
O Flamengo de Jorge Jesus terá força máxima na partida. O técnico não esconde que tem seu time titular, inclusive com a decisão de não poupar jogadores no campeonato nacional. O Flamengo deve ir a campo com: Diego Alves; Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí e Filipe Luís; William Arão, Gérson, Éverton Ribeiro e De Arrascaeta; Bruno Henrique e Gabigol.
Já o River Plate, de acordo com informações da imprensa argentina, deve ter a presença de Enzo Perez e Matías Suárez, apesar dos jogadores serem dúvidas para o confronto. A provável escalação de Marcelo Gallardo é: Armani; Montiel, Martínez Quarta, Pinola e Casco; Enzo Pérez; Nacho Fernández, Palacios, De la Cruz; Borré e Matías Suárez.
A arbitragem terá um trio chileno: Roberto Tobar, auxiliado por Christian Schiemann e Claudio Rios. É o mesmo trio que apitou a final da Copa América neste ano.